Como Analisar um Balanço Patrimonial?
O Balanço Patrimonial é a demonstração contábil destinada a evidenciar, qualitativa e quantitativamente, numa determinada data, a posição patrimonial e financeira da empresa, ou seja, é um raio X da empresa naquela data. Para padronizar a divulgação dos balanços as empresas os divulgam geralmente no final de cada trimestre (ITR) e um com todos os dados do ano corrente (DFP).
O balanço apresenta a posição patrimonial de uma empresa em dado momento. A informação que esse demonstrativo fornece é totalmente estática e, muito provavelmente, a sua estrutura se apresentará relativamente diferente algum tempo após o seu encerramento. No entanto, pelas relevantes informações de tendências que podem ser extraídas de seus diversos grupos de contas o balanço servirá como elemento de partida indispensável para o conhecimento da situação econômica e financeira de uma empresa.
No Balanço Patrimonial são registrados os bens, direitos e obrigações da empresa num determinado momento, agrupados em contas dispostas em ordem decrescente de liquidez. Receitas significam entradas no ativo da empresa na forma de bens ou direitos que provocam um aumento da situação líquida. Despesas são gastos da companhia para direta ou indiretamente gerar receitas no futuro. As despesas podem diminuir o ativo e/ou aumentar o passivo exigível. Entretanto, elas sempre provocam reduções na situação líquida.
A forma mais rápida e prática para estudar os números dos balanços e DRE das empresas é através de gráficos que demonstram a ascensão ou a decadência dos valores com o passar do tempo. Quando comparamos o balanço mais recente com os anteriores podemos verificar se o patrimônio da empresa está crescendo e se as suas dívidas se encontram equilibradas. Quando os números do novo balanço estão melhores do que o esperado, muitos investidores decidem pela compra. E, quando os números estão piores do que o esperado, muitos decidem pela venda.
"Paz financeira não é a aquisição de coisas. É aprender a viver com menos do que ganha, para que possa distribuir um pouco e investir. Você não vence enquanto não fizer isto".
Dave Ramsey
O balanço tem dois lados: do lado esquerdo temos os Ativos, que são os bens que a empresa possui ou irá possuir no futuro (o que a empresa tem) e, do lado direito, os Passivos, que são as obrigações, fontes de financiamento desses bens (o que a empresa deve). Estão apurados nos ativos os investimentos e nos passivos os financiamentos contabilizados pela empresa e o seu patrimônio próprio. Ambos os lados têm de se equilibrar, um não pode ser maior do que o outro.
O lado direito pode ser subdividido em dois: as fontes de financiamento próprias (Patrimônio Líquido) e as fontes de financiamento alheias ou capitais de terceiros (Passivo), sendo próprias as que se referem aos proprietários da empresa e alheias as que se referem aos credores externos e fornecedores. Assim, Ativo = Passivo + Patrimônio Líquido.
Analisando o balanço, podemos saber imediatamente:
Qual o valor de tudo o que a empresa possui (ativo)
Qual o valor do que a empresa deve a terceiros (passivo)
Qual o valor líquido, calculado pela diferença entre ativo e passivo (patrimônio líquido)
Logo, Patrimônio Líquido = Ativo – Passivo.
"É sábio olhar para trás, pois é avaliando a tortuosidade de nossas pegadas que poderemos garantir um caminho reto para o futuro".
Para se conhecer a riqueza líquida de uma empresa deve-se somar os Bens com os Direitos e desse total subtrair as Obrigações. O resultado obtido será a riqueza líquida. Em alguns casos o somatório dos Bens mais os Direitos superam o valor das Obrigações. Nestes casos o Patrimônio Líquido destas empresas é positivo, ou seja, há verdadeira riqueza. Em outros, porém, quando as Obrigações superam os Bens e Direitos, o Patrimônio Líquido será negativo, havendo mais dívidas do que riqueza.
Os recursos próprios da empresa são os provenientes do capital subscrito e integralizado pelos sócios e acionistas, das reservas em geral e dos lucros retidos. Estes valores são identificados no patrimônio líquido. Os recursos de terceiros são originados de fonte externa, mais especificamente do mercado financeiro, podendo assumir a modalidade de empréstimos e financiamentos, dívidas com fornecedores e colaboradores, impostos, dentre outros.
O patrimônio líquido evidencia a riqueza da empresa, uma vez que é formado pelo capital investido pelos proprietários e/ou acionistas acrescido do lucro retido, isto é, o lucro que não é distribuído para os acionistas. O valor do Patrimônio Líquido representa o valor contabilístico da empresa. Ainda que este número não seja um valor que determine em absoluto quanto vale determinada empresa, ele serve como uma referência importante. Em caso de liquidação da empresa o valor do Patrimônio Líquido seria dividido entre os acionistas. Maximizar o valor do capital próprio é um dos objetivos mais importantes dos gestores.
Obviamente, o Patrimônio Líquido pode aumentar ou diminuir ao longo do tempo em função dos lucros ou dos prejuízos dependendo do desempenho da gestão da empresa. Uma gestão eficiente conduz a um aumento do valor da empresa e uma gestão fraca destrói o valor da empresa. Ao fim de um período de tempo suficientemente longo, é possível analisar o desempenho da empresa e da sua gestão.
Por exemplo, se uma empresa possui uma mercadoria no valor de R$ 100,00 no seu ativo e a troca por R$ 150,00 (em dinheiro) o lucro é registrado na Demonstração dos Resultados, que veremos mais à frente. No final do período apurado (trimestre) este lucro de R$ 50,00 é transferido para o Patrimônio Líquido.
Nosso objetivo é puramente a análise financeira da empresa, o que irá embasar a sua tomada de decisão de investimento. Não pretendemos explicar em detalhe como são montadas as Demonstrações Financeiras, esse é o trabalho da contabilidade. O que pretendemos é ensinar objetivamente a análise vertical (da estrutura) do Resultado Financeiro de um período e, posteriormente, a análise horizontal (da evolução) que engloba o histórico dos resultados, buscando estabelecer tendências e avaliar o desempenho da empresa ao longo dos anos.
"Quando não se tem dinheiro pensa-se sempre nele. Quando se tem, pensa-se somente nele".
Jean Paul Getty
O ativo e o passivo podem ser classificados como: circulante e não circulante, sempre do mais líquido para o menos líquido. Ou seja, as contas são apresentadas, no balanço, segundo a ordem do prazo em que normalmente são convertidas em dinheiro.
No ativo circulante estão listados os ativos disponíveis ou que serão recebidos pela empresa em menos de um ano. No ativo não circulante estão listados os ativos que serão recebidos pela empresa num período acima de um ano. Já no passivo circulante estão listadas as dívidas que serão cobradas da empresa em menos de um ano.
No passivo não circulante estão listados as dívidas que serão cobradas da empresa num período acima de um ano. A soma de todos os itens do Ativo será sempre igual à soma dos itens do Passivo acrescido do Patrimônio Líquido.
1.00 Ativo Total: Mostra onde a empresa aplicou os recursos de que dispõe, ou seja, são todos os bens e direitos pertencentes à empresa e que geram benefícios futuros. Constitui a parte positiva da posição patrimonial e identifica onde os recursos foram aplicados, representando os benefícios presentes e futuros para a empresa. É composto por Bens (máquinas, terrenos, estoques, dinheiro, ferramentas, veículos, instalações etc.) mais os direitos (contas a receber, duplicatas a receber, títulos a receber, ações, depósitos em contas bancárias, títulos de crédito, etc).
Entende-se por Bens as coisas úteis, capazes de satisfazer às necessidades humanas. Se eles têm forma física, são palpáveis, denominam- se bens tangíveis: veículos, imóveis, estoque de mercadoria, dinheiro, móveis e utensílios, ferramentas, etc. Os bens incorpóreos, não palpáveis, são denominados de bens intangíveis: marcas, patentes de invenção, ponto comercial, etc. Entende-se por Direitos o poder de exigir alguma coisa de alguém. São denominados de valores a receber, títulos a receber, contas a receber, etc.
Como foi dito acima, o Ativo é dividido em circulante e não circulante. O ativo circulante é composto por: disponibilidades (caixa), créditos, estoques e despesas antecipadas realizáveis em até um ano. O não circulante é composto pelos ativos realizáveis em mais de um ano, pelos investimentos (não destinados à negociação), pelos ativos intangíveis (marcas, patentes, direitos autorais) e pelos ativos imobilizados. Por ativos imobilizados entendemos os bens utilizados nas operações da empresa (não se destina à venda). Divide-se em:
1.01 Ativo Circulante: Como o próprio nome já diz, são registrados os valores dos ativos de maior liquidez, de fácil circulação. Estão contabilizadas as disponibilidades, ou seja, os investimentos, o capital de giro da empresa e as contas que já são dinheiro (caixa, bancos etc.) mais as contas que se converterão em dinheiro em menos de 1 ano (títulos a receber, estoques etc.).
É o ativo mais líquido que a companhia tem a sua disposição e que pode ser facilmente convertido em dinheiro. Os ativos circulantes são importantes porque são através deles que a companhia financia as suas operações do dia-a-dia. Se faltarem ativos circulantes a companhia vai ter que procurar alguma outra forma de financiar suas operações através de empréstimos de curto-prazo, que ocasionarão no pagamento de juros ou na diluição do lucro e do valor do acionista pela emissão de novas ações no mercado. Portanto, o ideal é que a empresa apresente um ativo circulante superior ao seu passivo circulante.
É ideal que o Ativo Circulante seja superior ao Passivo Circulante, de forma que a empresa não necessite recorrer a empréstimos de curto prazo para cobrir as suas dívidas de curto prazo e para financiar seu capital de giro, o que geraria um impacto negativo sobre o lucro em razão dos juros, taxas e encargos.
Essa diferença entre o Ativo Circulante e o Passivo Circulante, quando positiva, pode ser considerada como o capital de giro da empresa, indicando a liquidez da empresa no curto prazo. Existem cinco tipos básicos de ativos circulantes: Caixa e Equivalentes, Investimentos de curto e longo prazo, Contas a Receber, Estoques e Despesas pré-pagas.
1.01.01 Caixa e Equivalentes (ou disponibilidades): São registrados os ativos completamente líquidos, aplicações financeiras, capital de giro e investimentos de curto prazo, assim como o dinheiro que a empresa dispõe para pagar dividendos e para comprar de volta no mercado suas próprias ações e, dessa forma, aumentar o valor e o yield das ações que os acionistas possuem.
Uma tendência de redução no caixa da empresa no longo prazo pode comprometer a sua liquidez e, eventualmente, levá-la à insolvência. Portanto, torna-se importante verificar se a tendência do caixa é a mesma dos lucros. O aumento de caixa deve ser, preferencialmente, proveniente dos lucros operacionais.
1.01.02 Aplicações Financeiras: Representam os investimentos efetuados a curto prazo pela empresa em títulos cuja liquidação é praticamente imediata (que sejam prontamente conversíveis em dinheiro). Ou seja, são investimentos por um curto período, pois assim que a empresa necessitar do dinheiro, ela pode se desfazer da aplicação e usá-lo.
1.01.03 Contas a Receber (ou Clientes ou Crédito): São registrados os valores que a empresa ainda tem para receber de clientes e se transformarão em dinheiro em um curto período de tempo. Recebíveis são excelentes indicadores. Se os seus valores diminuem ao longo dos trimestres isso pode significar problemas mais à frente, pois pode significar uma tendência de queda nas vendas. De modo geral, uma redução substancial das vendas em período de recessão econômica aumenta o prazo do ciclo financeiro, a menos que as empresas consigam adaptar rapidamente o ritmo de sua produção aos novos níveis de vendas.
1.01.04 Estoques: São registrados os produtos prontos e que a companhia dispõe para vender a seus clientes. Nem todas as companhias possuem estoques, principalmente se estiverem envolvidas nos setores de serviços, TI, propaganda ou informações. Estoques são aplicações de recursos no ativo circulante.
Quanto maiores, mais recursos a empresa está comprometendo com os mesmos, e além dos custos de aquisição ou fabricação dos estoques há uma série de outros gastos como transportes, armazenagens e seguros. Uma tendência de aumento no volume de estoques superior ao crescimento das vendas demonstra uma queda na demanda pelos produtos da empresa, o que no longo prazo pode significar, além da perda de mercado, a redução das receitas e do lucro.
Assim, de uma maneira geral, quanto maior a rotação do estoque melhor será a liquidez e desempenho da empresa, principalmente se a margem de lucro sobre as vendas se mantiver constante, ou, se diminuir menos do que o aumento da rotação. Contudo, é importante observar que um acréscimo da rotação do ativo nem sempre significa aumento de lucro.
1.02 Ativo Não Circulante: O ativo não circulante se refere basicamente aos recursos de longo prazo da companhia, incluídos todos os bens de natureza duradoura destinados ao funcionamento normal da empresa e do seu processo operacional, assim como os direitos exercidos com essa finalidade. São ativos que não possuem liquidez imediata, logo só poderão ser convertidos em dinheiro a médio ou longo prazo.
1.02.01 Realizável a Longo Prazo: Registra direitos e obrigações que se transformarão em dinheiro num período superior a um ano (vendas com prazo superior a um ano, empréstimos concedidos a empresas, imposto de renda e incentivos fiscais, dentre outras operações consideradas de longo prazo). Nesse grupo estão concentrados os ativos que têm o mesmo caráter dos circulantes, porém, que apresentam prazo de realização superior a 12 meses, possuindo assim um menor grau de liquidez.
1.02.02 Investimentos: Classificam-se as participações societárias de caráter permanente em outras empresas e outros direitos não classificáveis no Ativo Circulante e que não se destinem à manutenção da atividade da empresa. Estão registradas as participações e aplicações financeiras de caráter permanente, cujo objetivo é gerar rendimentos para a empresa.
1.02.03 Imobilizado: Estão registrados os bens destinados às operações da companhia, como suas fábricas, equipamentos, instalações, etc. São itens que dificilmente se tornarão dinheiro porque normalmente não são vendidos, mas são usados para as atividades operacionais da empresa (prédios, máquinas etc.). Possuem praticamente nenhuma liquidez. O reinvestimento nos ativos reduz o fluxo de caixa quando é feito, mas prove a empresa capacidade de maior geração de fluxo de caixa futuro.
1.02.04 Intangível: Registra os ativos intangíveis como marcas, patentes, direitos de exploração de serviços públicos, ou seja, aqueles que não têm "existência física".
"Não basta conquistar a sabedoria é preciso usá-la".
Cícero
Antes que uma empresa possa investir em um ativo ela deve arranjar o seu financiamento, o que significa que ela deve levantar fundos para pagar pelo investimento. As formas de financiamento estão representadas no lado direito do balanço patrimonial. Passivos são obrigações da empresa que requerem pagamentos em dinheiro em um prazo determinado.
2.00 Passivo Total: No Passivo estão registradas as Obrigações (dívidas), seguindo a mesma ordem decrescente de liquidez e o Patrimônio Líquido. Obrigações são dívidas com outras pessoas, sendo denominadas obrigações exigíveis, compromissos que deverão ser pagos nas datas de vencimento. As dívidas são compostas por contas a pagar, fornecedores de matéria-prima (a prazo), impostos a pagar, financiamentos, empréstimos etc.
O passivo pode ser circulante (curto prazo) e não circulante (longo prazo). Ambos são compostos por dívidas, obrigações, riscos (provisões) e contingências. O que os diferencia é apenas o prazo de vencimento.
O lado do passivo e do patrimônio líquido reflete os tipos e as proporções de financiamento, os quais dependem da escolha feita pela administração para a estrutura de capital da empresa, como, por exemplo, as proporções entre capital de terceiros e capital próprio, e entre endividamento de curto e de longo prazo. Quanto menor o endividamento em relação aos ativos e ao patrimônio mais sólida tende a ser empresa, principalmente se a maior parte das dívidas vence no longo prazo.
2.01 Passivo Circulante: São registradas as obrigações que devem ser pagas durante o próximo exercício, ou seja, dívidas com elevado grau de exigibilidade. É tudo aquilo que uma companhia deve a seus fornecedores e credores no curto prazo (menos de 1 ano), como dívida com fornecedores, impostos, parcelas de empréstimos. Da mesma forma que são contas que precisarão ser pagas, são também origens de ativos.
Quaisquer quantias que a companhia tira na sua linha de crédito ou de suas contas a pagar são transformadas em ativos, que quando colocados em ação podem fazer com que a companhia consiga crescer e gerar maiores lucros. É composto por contas a pagar (ou Fornecedores), encargos a apropriar (impostos, taxas e contribuições), empréstimos e financiamentos de curto prazo (incluindo a porção da dívida de longo prazo que será paga no ano corrente).
2.01.01 Obrigações Sociais e Trabalhistas: São registradas as obrigações trabalhistas tais como salários, gratificações, provisões de férias e 13º salário. Já as obrigações sociais incluem as contribuições com INSS, FGTS, PIS/PASEP, entre outros.
2.01.02 Fornecedores: São registrados os compromissos com fornecedores tais como compra de matéria-prima e prestação de serviços.
2.01.03 Obrigações Fiscais: São registrados os tributos a pagar, como Imposto de Renda, Contribuição Social, e outros impostos.
2.01.04 Empréstimos e Financiamentos: São as dívidas que a companhia possui em relação a terceiros, contraídas com a finalidade de financiar as suas operações, quer através de imobilizações, quer através de reforços de caixa ou de capital de giro. Estão cadastrados todos os valores contratados junto a bancos: capital de giro, desconto de duplicatas, financiamentos de bens, etc.
2.01.04.02 Debêntures: Neste grupo são registradas as obrigações da empresa contraídas a partir de títulos que tenha emitido com a finalidade de financiar as suas operações com o mercado em geral e os demais títulos de créditos emitidos pela empresa.
2.02 Passivo Não Circulante: São registradas as dívidas que vencem em prazo maior, acima de 12 meses. São financiamentos ou debêntures, normalmente empréstimos de bancos e outras instituições financeiras e que são garantidos por diversos ativos existentes no balanço patrimonial, como os inventários.
2.02.01 Empréstimos e Financiamentos: São registradas as dívidas que a companhia possui em relação a terceiros com vencimento a longo prazo (acima de 12 meses), normalmente contraídas com a finalidade de financiar os ativos imobilizados e o projetos de investimento.
2.02.01.02 Debêntures: Idem descrição acima.
2.03 Patrimônio líquido: O patrimônio líquido dos acionistas representa a diferença entre o valor dos ativos e as obrigações da empresa. É constituído pelo Capital Social, pelos Lucros ou Prejuízos Acumulados e pelas Reservas de Capital e de Lucros. Estes valores serão incorporados ao capital social, podendo também ser utilizados para cobrir eventuais prejuízos ou para distribuição de dividendos. É constituído por:
2.03.01 Capital Social: Investimentos realizados pelos sócios e lucros não pagos e incorporados ao capital social.
2.03.02 Reserva de Capitais: Valores recebidos por sócios ou terceiros que não se referem à prestação de serviços ou venda de produtos. Acontece por operações estranhas à atividade normal da empresa, representando aumentos indiretos do Capital, provenientes de fenômenos extra-operacionais como: ágio na emissão de capital.
2.03.04 Reservas de Lucros: Lucros gerados pela empresa e retidos por diversas razões. Se possuir uma taxa crescente e consistente é um dos indicadores de uma boa empresa. Os lucros retidos simplesmente medem a quantidade de capital que a companhia recebeu através de seus ativos. É com esta parcela que calculamos o retorno da companhia, o qual poderá ser investido em novos ativos ou utilizado para abater dívidas.
2.03.04.09 Ações em Tesouraria: Ações emitidas pela própria empresa que foram recompradas no mercado.
2.03.05 Lucros ou Prejuízos Acumulados: Como apenas uma parte do lucro da empresa é distribuída sob a forma de dividendos aos acionistas, a maior parte desse lucro é, em geral, retida na própria empresa para reinvestimento no negócio. Esta conta indica o acúmulo de lucros (ou prejuízos) de exercícios precedentes.
"A dor é uma advertência, assim como os pequenos prejuízos nos negócios, os quais nos ensinam a sermos prudentes."
Henry Ford
Como fora dito, o total do Ativo menos o Passivo Circulante menos o Passivo não Circulante resulta no Patrimônio Líquido. Quanto maior o Patrimônio Líquido menos a empresa deve a terceiros em relação ao que ela possui, sendo o contrário também verdadeiro.
Assim, se o resultado for negativo a empresa possui mais dívidas do que patrimônio (Passivo a descoberto) e vem operando com recursos de terceiros (alavancagem). Ainda que a empresa venda todos os seus ativos (bens e direitos) o valor conseguido não será suficiente para liquidar seus passivos (dívidas). Se for nulo as dívidas absorveram todo o capital da empresa, demonstrando a inexistência de riqueza própria.
Tudo o que a empresa tem (ativos) ela deve (passivos), tendo capacidade apenas para liquidar as suas dívidas com terceiros (Passivo Real). E se for positivo a empresa possui recursos próprios aplicados no Ativo, ou seja, seus bens são superiores às suas dívidas e a empresa tem capacidade para pagar suas dívidas, ficando com excedente para investimento no Ativo (situação ideal).
O Patrimônio Líquido pode ser aumentado periodicamente com os lucros das atividades não distribuídos aos sócios ou diminuído em decorrência de prejuízos. Representa um montante agregado de recursos que a empresa pode investir em seu ativo para crescer e aumentar a sua renda. Também representa o valor total do patrimônio da companhia que, teoricamente, cada acionista receberia em caso de liquidação da empresa.
Tanto o crescimento do Ativo como do patrimônio líquido são importantes medidas do crescimento da empresa e do retorno do investimento em suas ações, gerando também uma expectativa positiva para o seu desempenho futuro.
"O mercado de ações está cheio de indivíduos que sabem o preço de tudo, mas não sabem o valor de nada."
Phillip Fisher