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Em Quais Ativos Realizar Day Trade?
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Apesar de ser possível realizar day trade com praticamente qualquer ativo negociado em leilão, normalmente existe uma preferência por ativos com muita liquidez e grande volatilidade histórica e/ou através de grande alavancagem. A primeira irá garantir que o day trader consiga entrar e sair do ativo com facilidade, sem contar que o spread entre a ponta de venda e a de compra será pequeno.

 

A segunda irá aumentar seu potencial de lucro em relação aos demais ativos, pois quanto maior for a amplitude das variações  ou a alavancagem maior será o potencial de lucro caso a operação dê certo e, consequentemente, maior será o prejuízo caso o investidor não liquide uma operação perdedora a tempo.

Ações que compõe o Índice Bovespa, em condições normais, possuem muita liquidez, mas ações são ativos com menor potencial de volatilidade se comparados às opções e contratos futuros. Isso faz com que seja necessário destinar uma quantidade de dinheiro considerável, ainda que através de alavancagem, para que o retorno obtido em operações de day trade com ações compense o tempo que essa atividade demanda.

Por exemplo, um investidor que realiza day trade com R$ 12.500,00 numa ação cujo valor é R$ 30,00 terá uma posição comprada de 400 ações. Mesmo que realize uma operação que lhe renda 3%, o que ainda assim pode ser considerado um grande spread para uma operação de day trade com ações, terá um lucro de líquido em torno de R$ 320,00. Resultado que para muitos não justificaria o tempo gasto na operação. Talvez o ideal para ele fosse abrir uma posição de longo prazo no ativo e se dedicar à sua vida profissional.

Uma maneira de aumentar o potencial de retorno fazendo day trade no mercado de ações é operar utilizando margem, ou seja, utilizando alavancagem assim como nos contratos futuros. Isso compensará o menor potencial de volatilidade de uma ação, mas também alavancará na mesma proporção quaisquer prejuízos, aumentando a exposição do day trader ao risco.

 

Supondo que no exemplo anterior o investidor utilizasse a alavancagem de 6x que sua corretora lhe oferece, seu retorno seria de R$ 2.150,00, ou seja, algo em torno de 18% sobre o valor do seu capital. Mas se a operação desse errado e o ativo se desvalorizasse 3%, o day trader teria perdido esse mesmo valor e precisaria ganhar 21% sobre os R$ 10.350,00 que restaram para voltar a ter R$ 12.500,00.

“Compra barato, vende mais caro. Fica vendido quando está caro, encerra a posição quando fica barato. Day traders são como surfistas tentando pegar ondas, porém numa praia rasa e rochosa“.
Alexander Elder

Talvez o menor potencial de volatilidade e a maior quantidade de dinheiro necessária sejam as principais razões porque grande parte dos investidores que fazem day trade prefere o mercado de derivativos em relação ao mercado de ações. Os mini contratos futuros requerem uma margem relativamente baixa para serem operados.

 

E além de possuírem alavancagem e muita liquidez, abrir uma posição vendida num contrato futuro é muito mais simples do que numa ação, permitindo que o day trader se beneficie da desvalorização de um ativo com a mesma simplicidade operacional de ser abrir uma posição comprada.

 

É preciso deixar claro, no entanto, que excesso de liquidez assim como a falta dela também é ruim. Em ativos como mini índice futuro, mini dólar e algumas opções a maior parte da liquidez é gerada por operações de mecanizadas de investidores institucionais. Isso faz com que esses ativos sejam extremamente manipulados e que os movimentos de preço em geral sejam mais difíceis de serem preditos.

No exemplo, o day trader teria margem para operar cerca de 4 contratos de mini índice futuro. Supondo que tivesse comprado o 4 contratos por 55.000,00 pontos e vendido após uma valorização de 3%, o lucro auferido seria de R$ 1.320,00 ou 10,5% sobre o valor investido (margem inicial).

Por último, o mercado de opções oferecerá o maior potencial de volatilidade em relação aos exemplos citados, exigindo em contrapartida maior exposição ao risco. Muitos investidores, em especial os iniciantes, tentam auferir grandes retornos num curto espaço de tempo especulando com opções, no entanto, a grande maioria eventualmente leva um grande prejuízo e acaba desistindo.

 

Alguns têm sorte no começo e geram ganhos enormes. Contudo, essas “vitórias” tendem apenas a acelerarem as suas ruínas, pois aumentam a confiança e os tornam mais irresponsáveis, consequentemente levando-os ao fracasso.

 
"Os grandes erros são muitas vezes feitos, como as cordas, a partir de uma quantidade de pequenos fios".
Victor Hugo

São raríssimos os casos de investidores que conseguem ganhar dinheiro no longo prazo especulando com opções, ou seja, comprando a seco e vendendo a descoberto. No primeiro caso o risco máximo se resume ao total do capital imobilizado na operação, já no segundo caso o risco é ilimitado. Um investidor inteligente jamais assume um risco que seja grande o suficiente para acabar com todo seu capital, ou pior ainda, que possa fazer com que fique devendo.

Uma opção não é um investimento, mas um instrumento criado para proteger um investimento. Entretanto, para os especuladores considerados arrojados uma aposta direcional no movimento do preço de uma opção, quando correta, tende a oferecer um retorno muitas vezes superior aos exemplos citados.

Supondo que aquele mesmo day trader comprasse 10.000 opções de compra sobre aquela ação no valor de R$ 1,20 cada, com a valorização de 3% da ação suas calls se valorizariam para algo em torno de R$ 1,75. O investidor teria auferido um ganho de 45% sobre seu capital, ou seja, R$ 5.500,00. Caso isso ocorresse na semana do vencimento seu ganho seria ainda maior.

 

Contudo, caso sua operação desse errado e ao invés de valorizar a ação se desvalorizasse 3%, suas opções iriam se desvalorizar para algo em torno de R$ 0,40, ou seja, um prejuízo de 66% sobre o total do seu capital. Para recuperar esse prejuízo o investidor teria que ganhar 320% sobre o valor restante (R$ 3.000,00), e isso apenas para voltar ao “zero a zero” (R$ 12.5000,00).

 

Conforme dito anteriormente, o tempo é o maior inimigo de quem compra uma opção. O prêmio de uma opção perde valor extrínseco com a passagem do tempo. Caso essa desvalorização ocorresse na semana do vencimento essa opção do dinheiro praticamente viraria pó. O day trader perderia quase todo o seu capital em razão de uma desvalorização relativamente pequena da ação, e quando se chega a zero não há retorno.

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“A chave para o sucesso no mercado está na responsável e permanente administração do capital e do risco”.
Capital e Valor

Talvez o maior perigo de fazer day trade com derivativos esteja exatamente naquilo que potencializa o lucro, a alavancagem. Uma pequena variação de preço contra a posição do day trader pode lhe causar um grande prejuízo, ou mesmo, tirá-lo do mercado, havendo assim pouca margem de erro. Evite operar alavancado ou com dinheiro emprestado antes que tenha adquirido experiência ou sem qualquer estratégia de cobertura de risco.

Quando o day trade é apenas um hobby não há problema algum em brincar com o risco. Mas se o dinheiro investido for uma poupança ou caso se vá precisar dele numa data próxima, o day trader estará sobre uma pressão psicológica inconfortável. Escravo da necessidade de ser bem sucedido estará condenado ao insucesso.

 

Alguns perdem tudo e atingem o fundo do poço logo de cara assim que começam a fazer day trade. Já outros perdem durante anos, depositando mais dinheiro a cada vez que perdem para se manterem operando, cavando aos poucos as suas próprias sepulturas.

A grande contradição do day trade é que essa atividade requer muita disciplina e responsabilidade ao mesmo tempo em que tende a atrair pessoas extremamente impulsivas e facilmente influenciáveis, que rapidamente viciam em operar no curto prazo. Como o day trade envolve um volume muito maior de operações em relação a investimentos de longo prazo, há mais oportunidade para o erro e, consequentemente, para o prejuízo. E assim como a alavancagem, isso faz com que o risco do investidor aumente exponencialmente.

Muitos day traders até conseguem realizar operações de sucesso com frequência, mas movidos pela ambição e ansiedade tendem a voltar para o mercado nos momentos errados. Agindo com impaciência acabam devolvendo grande parte do lucro obtido anteriormente ou deixam seus lucros se transformarem em prejuízos diante de seus próprios olhos, sempre insistindo nos mesmos erros e ignorando as regras de sua estratégia e os riscos do mercado.

Esses indivíduos possuem alguns comportamentos típicos, tais como não saber definir uma perda, não liquidar uma operação mesmo quando a possibilidade de lucro diminuíra muito, não reverter sua posição quando o mercado indica claramente uma reversão, ficar imobilizado e não executar a operação que planejou ou não cortar uma perda, realizar operações de vingança, alavancado ou fazendo preço médio na tentativa de recuperar um drawdown, até mesmo realizar protestos na sede da Bovespa. Tais comportamentos além de resultarem em operações frustradas, conduzem invariavelmente à pobreza.

 
"O grande acontecimento do século foi a ascensão espantosa e fulminante do idiota."
Nelson Rodrigues

De uma maneira geral, o mercado expõe os piores defeitos da personalidade de um investidor. Uma pessoa que erra pela primeira vez é uma pessoa que vive, investiga e experimenta. Aquele que repete os mesmos erros vez após vez mesmo sabendo o que seria certo fazer se comporta como um neurótico.

 

Incapaz de aprender com os próprios erros estabelece um padrão de sucesso sobre um período de tempo e depois devolve todos os ganhos em uma operação que dá errado. Há inclusive uma estimativa de que em torno de 90% das pessoas que começam a fazer daytrade alavancadas perdem em torno de 90% do capital em até 90 dias.

 

O número de pessoas que buscam viver de day-trading no Brasil parece ter aumentado nos últimos anos. Algumas corretoras especializadas em day trade de pessoas físicas inclusive zeraram a corretagem cobrada nesses tipos de operação contribuindo para esse aumento. 

 

Uma pesquisa feita sobre o banco de dados da CVM no período de 2013 a 2015 identificou que das 19.696 pessoas que começaram a fazer day trade com mini índice 92,1% desistiram, 91% tiveram prejuízos e apenas 0,1% auferiram lucro maior que R$ 300,00 por dia.

 

No mini dólar identificaram que dos 14.748 "day traders" 92,3% desistiram, 84% tiveram prejuízo e apenas 0,13% auferiram lucro maior que R$ 300,00 por dia. E como se não bastasse, ainda identificaram que ao invés de irem melhorando com o passar do tempo os "day traders" vão na verdade piorando, possivelmente porque à medida que os prejuízos aumentam eles tomam decisões mais arriscadas e mais impulsivas na tentativa de recuperar os capitais perdidos.

 

Outro estudo que foi publicado avaliou as pessoas que fizeram day trade no mercado à vista de ações brasileiro. Foram analisados 98.378 indivíduos que começaram a fazer day trade em ações no Brasil entre 2013 e 2016, e operaram no mercado até 2018. Das 98.378 pessoas, apenas 554 (0,57% do total) fizeram day trades em mais de 300 pregões, tendo as demais desistido. Daquele total, apenas 127 pessoas foram capazes de apresentar lucro bruto médio diário acima de R$100 por mais de 300 pregões, sendo que apenas 76 indivíduos auferiram mais de R$300 diários com o daytrade de ações.

Para se tornar um day trader o investidor deve antes de tudo provar para si mesmo que consegue fazer mais dinheiro com daytrade do que com investimentos de longo prazo. Caso contrário será apenas mais um esforço cujo resultado não compensará aplicá-lo. Os dados indicam que a chance de obter uma renda significativa (acima de R$ 300,00 por dia) é remota para as pessoas que persistem na atividade. Por outro lado, a chance de se obter prejuízo é muito elevada.

“Os truques superficialmente vistosos para atingir resultados melhores do que o mercado são sempre os mesmos: Por períodos curtos, contando que a sorte se mantenha, eles funcionam. Mas com o tempo, matarão você”.
Benjamim Graham

Toda operação no mercado, seja de day trade ou de longo prazo, deve seguir alguma estratégia. Deve-se possuir um objetivo de lucro e da mesma forma, um plano de defesa para o caso de algo der errado. Tal defesa pode consistir desde um simples limite de perda até um hedge da posição com derivativos, mas o principal é definir racionalmente o que deverá ser feito e o momento de fazê-lo. Quanto mais “mecânico” for este processo maior controle sobre o risco o investidor terá.

Existem casos de pessoas que entraram no mercado com pouco dinheiro e conseguiram aumentar seu capital consideravelmente especulando, seja alavancado em ações ou fazendo day trade com derivativos. Mas poucos são os que realizam o lucro e o consolidam em patrimônio. Após algumas vitórias iniciais a grande maioria vicia no “jogo” e invariavelmente devolve tudo o que ganhou ao mercado, ou no caso específico do jogador, ao cassino.

Independente do quão rápido se aufere um grande retorno no mercado é importante compreender que o mercado de capitais é um investimento de longo prazo que requer estudo, paciência, disciplina e estratégia. Tais qualidades devem ser desenvolvidas a tempo, antes que o investidor perca todo seu capital operando de maneira impulsiva e ignorante.

 

Caso você pretenda ser um participante ativo desse mercado estabeleça antes a meta de aprender a investir ao invés de tentar enriquecer rápido. A busca do agora em detrimento de algo maior e mais significativo no futuro, sem pensar nas consequências, na maioria das vezes resulta em maiores riscos e grandes prejuízos, além de aborrecimentos, stress e infelicidade. O imediatismo leva as pessoas a não darem valor ao presente, a esquecerem o passado e a não planejarem o futuro.

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“O dinheiro grande não está nas flutuações de curto prazo e sim nos grandes movimentos dos preços, os quais não aparecem num gráfico intraday, mas na tendência principal do mercado”.

Jesse Livermore

Day Trade no Mercado de Opções
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No mercado existe a possibilidade de realizar operações de day trade em opções, ou seja, a abertura e fechamento de uma determinada posição em um mesmo pregão. A liquidação dessas operações é exclusivamente financeira, não havendo modificação na custódia ou transferência de ativos mas somente atualização do saldo. É possível realizar este tipo de operação durante todos os dias úteis, salvo no dia específico do vencimento da opção, quando somente o encerramento de posições previamente abertas é permitido.

Conforme já foi mencionado, a alavancagem das opções potencializa os ganhos assim como as perdas, tornando-as, em razão disso, no ativo favorito dos investidores que fazem day trade. Isso porque a menor oscilação do preço do ativo objeto pode induzir uma grande oscilação percentual no preço de uma opção. Assim, não são raras histórias de especuladores que obtiveram ganhos de 300%, 500%, ou mesmo 1000%, num só dia comprando opções a seco.

De fato, a volatilidade de uma opção durante um pregão costuma ser bastante alta. Vários são os dias em que o preço de uma determinada opção sai de R$ 0,20 para R$ 2,20, ou mesmo, de R$ 2,20 a R$ 0,20, por exemplo. Assim, os movimentos muitas vezes são extremos e podem causar perdas enormes rapidamente caso o especulador esteja com uma posição contrária à variação do preço do ativo objeto.

Esse é o grande risco para quem especula com opções, pois o fato de não contar com uma proteção (hedge) faz com que o investidor tenha que suportar consideráveis perdas de capital repetidas vezes, exigindo então método e disciplina. O ganho, por outro lado, também pode ser muito alto. Embora os ganhos circunstanciais sejam motivos de grande euforia para os investidores menos experientes, o que determina de fato a sobrevivência do especulador é a eficiente gestão do capital, aliada à disciplina e um profundo conhecimento das relações de risco/retorno envolvidas em seu método operacional.

“Lembre-se: Quando você não está fazendo nada, aqueles especuladores que sentem que devem operar todos os dias e a toda hora estão lançando as bases para a sua próxima operação. Você vai colher os benefícios dos erros deles”.
Jesse Livermore

A forma mais comum de day trade é uma aposta direcional no movimento do preço de um ativo durante o andamento de seu pregão. Existem basicamente 4 estratégias fundamentais para quem faz day trade com opções: Compra a seco de uma CALL; venda a descoberto de uma CALL; compra a seco de uma PUT e venda a descoberto de uma PUT.

Esta última estratégia costuma requerer maior margem, pois além do lançador de uma put estar sempre descoberto, as puts tendem a ter menos liquidez em relação às calls, dependendo basicamente do formador de mercado para movimentar o seu livro de ofertas. O vendedor de uma put fica exposto a um enorme risco caso sua operação dê errado, ou seja, caso ocorra uma expressiva desvalorização do preço do ativo objeto. Isso porque o seu prejuízo máximo equivale ao preço de exercício da put, dado que teoricamente o máximo que o preço do ativo objeto pode se desvalorizar é até zero, fator que não compensaria o pequeno retorno obtido com a venda (prêmio).

Isso faz com que a primeira estratégia seja mais interessante e menos arriscada comparativamente, e por isso muito mais comum. O prejuízo máximo do comprador da call é equivalente ao valor investido na opção e o potencial de lucro máximo é ilimitado.

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"Dinheiro é um negócio curioso. Quem não tem está louco para ter; quem tem está cheio de problemas por causa dele".
Ayrton Senna

Para uma aposta na queda do preço do ativo objeto o day trader pode comprar puts, apostando na sua valorização, operação em que o potencial de lucro máximo é igual ao preço de exercício da PUT, e também pode vender calls a descoberto, ou mesmo, cobertas, apostando na sua desvalorização.

A venda a descoberto de calls requer margem e expõe o day trader a um enorme risco caso a sua operação dê errado, ou seja, caso ocorra uma expressiva valorização do preço do ativo objeto, pois seu prejuízo máximo é ilimitado, dado que teoricamente não há limite para a valorização do preço do ativo. Isso pode fazer com que no dia do vencimento, suas opções vendidas a descoberto sejam exercidas.

No caso de uma call vendida a descoberto ser exercida o seu lançador terá que comprar o ativo objeto ao preço de mercado e vendê-lo ao titular dessa call pelo preço de exercício desta, ou seja, abaixo do preço de mercado. No caso de uma put ser exercida o seu lançador terá que comprar do titular desta o ativo objeto pelo preço de exercício dela, ou seja, acima do preço de mercado.

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Toda venda de opções implica em depósito de margem de garantia. Mas no caso da venda coberta de uma call o lançador apenas teria que vender seus ativos por um preço abaixo do atual, caso fosse exercido, o que ainda resultaria em prejuízo, pois deixaria de ganhar a parte da valorização do ativo objeto que excedeu o preço de exercício da opção.

Em suma, podendo o day trader comprar puts para se beneficiar da queda do preço do ativo objeto não há o que justifique o risco de uma venda a descoberto de calls ou da venda de puts em relação ao pequeno retorno obtido (prêmio). O risco nestes casos, por ser praticamente ilimitado, deve ser evitado ou administrado ativamente para prevenir perdas gigantescas, situação em que o investidor pode até mesmo ficar devendo à corretora e ter seu direito de operar na Bolsa suspenso, sem contar a dívida adquirida que será executada.

De maneira geral, para que o comprador a seco e o vendedor a descoberto de opções tenha algum lucro é preciso acertar em todos os aspectos possíveis, caso contrário, só irão auferir prejuízos. Neste sentido, especuladores que fazem day trade preferem comprar opções de compra e de venda, preferencialmente as que estão no dinheiro (ATM), pois além de serem as mais líquidas, respondem melhor às variações no preço do ativo objeto em relação às opções OTM e possuem prêmios mais baratos em relação às opções ITM.

A maioria utiliza gráficos em tempo real para definir o timing de suas operações, normalmente no período de 5 minutos. A ideia é acompanhar o gráfico do preço do ativo objeto e da sua opção (CALL e PUT), bem como o gráfico em tempo real de algum índice de mercado, tal como Dow Jones, S&P 500, o Ibovespa Futuro ou algum índice setorial, no intuito de identificar a tendência do mercado e pontos de compra e de venda na opção.

“Quando se opera opções a seco o lucro vem em canequinhos e é devolvido em baldes”. 
Capital e Valor

Conforme dito anteriormente, o mercado financeiro está cada vez mais mecanizado e a liquidez está canalizada nas operações dos investidores institucionais. Como consequência disso, os preços dos ativos, em especial daqueles mais líquidos, ficam travados pelas constantes ordens de robôtraders dos grandes fundos. Por outro lado, os movimentos de preço, quando acontecem, são muito rápidos e difíceis de serem previstos, mesmo com a utilização de gráficos em tempo real.

Na prática os grandes players acabam se tornando “condutores de manadas” e a maneira como manipulam o preço dos ativos faz com que seja muito difícil definir sua tendência no curto prazo. Frequentemente utilizam o elemento surpresa, fazendo por exemplo com que o preço de ações de empresas caiam quando são anunciados lucros recordes e acima do esperado, e que subam quando resultados ruins são divulgados ao mercado.

Opções sobre ações de empresas como Petrobras e Vale do Rio Doce atualmente são extremamente líquidas em relação às opções sobre os demais ativos, sendo as que estão no dinheiro as mais líquidas dentre elas. Para o lançador a liquidez não é um fator tão importante quanto para o especulador que compra opções. Caso as opções compradas não tenham liquidez, ou mesmo, percam a liquidez (falta de compradores), ele receberá preços ruins pela venda das mesmas e poderá até mesmo não conseguir encerrar sua posição, ficando obrigado a carregá-las até o vencimento e exercê-las, caso seja vantajoso e possua o capital para tanto.

 
"A miséria e a luxúria trazem à tona o que há de pior no ser humano."
Capital e Valor

Existem várias formas para se especular com opções. Cada investidor ao optar por uma deve buscar a que seja mais adequada ao seu perfil. Alguns day traders preferem operar somente nas reversões de tendência do mercado, outros operam na tendência do preço do ativo. Uns escolhem opções ATM (do dinheiro), pois seu delta é maior do que nas opções OTM (fora do dinheiro), o que fará com que acompanhem melhor às variações no preço do ativo objeto.

Já outros preferem operar opções OTM, pois além de seus prêmios serem mais baixos, caso haja uma expressiva variação no preço no ativo objeto seu valor terá um aumento percentual bem maior em relação às opções dentro do dinheiro e à opção do dinheiro, nas quais o aumento nominal é que será maior. Entretanto, ao comprarem opções cujo delta é muito baixo suas chances de sucesso são muito menores, pois a probabilidade de que sejam exercidas é muito baixa.

Essa estratégia é conhecida como “comprar um bilhetinho”, assim como fazemos nas casas lotéricas, só que neste caso é na Bolsa. Opções de centavinho que custam em torno de R$ 0,20 podem vir a ficar dentro do dinheiro num só dia quando uma expressiva variação no preço do ativo objeto ocorre na semana anterior ao vencimento. Caso haja uma grande valorização no preço do ativo uma call de R$ 0,20 pode passar facilmente de R$ 1,00, da mesma forma que uma put de R$ 0,20 pode passar facilmente de R$ 1,00, caso haja uma grande desvalorização do preço do ativo.

O grande problema dessa estratégia é que raramente esses fortes movimentos de preço ocorrem em sincronia com a semana do vencimento das opções, fazendo com que quando somadas as repetidas tentativas anteriores que falharam resultem numa significativa quantidade de dinheiro perdido, pois quando uma expressiva variação no preço do ativo objeto não acontece, ou ocorre no sentido contrário à estratégia do especulador, essas opções de centavinho viram pó e todo o capital investido é perdido.

 
“Quanto mais tempo se espera pelo milagre mais adentro a faca entra”.
Capital e Valor

Nas opções muito fora do dinheiro, devido ao seu delta ser baixo, variações no preço do ativo objeto inferiores a 1% terão pouco efeito sobre seu prêmio. E desde que se mantenham fora do dinheiro até o vencimento irão expirar e seus vendedores embolsarão a totalidade do valor prêmio recebido pela venda. Essas opções oferecem menores ganhos aos seus vendedores, mas a possibilidade de que sejam exercidas é bem menor em comparação às opções ITMs e à ATM.

Em razão disso, alguns especuladores “oportunistas” costumam vendê-las a descoberto na semana do vencimento no intuito de aguardar que expirem sem valor para embolsar o seu pequeno prêmio. Ao contrário do bilhetinho, essa estratégia costuma funcionar mais vezes. Porém, quando dá errado, ou seja, quando o preço do ativo objeto sofre uma expressiva variação no sentido contrário à sua estratégia, esses especuladores sofrem enormes prejuízos, os quais além de tomarem de volta os lucros acumulados das vezes anteriores que deram certo podem fazer com que fiquem devendo às suas corretoras.

Por exemplo, supondo que o preço de mercado do ativo VALE5 esteja em R$ 36,00 e a VALEH36 na quarta feira da semana do vencimento esteja cotada a R$ 0,30 e um especulador a venda a descoberto no mercado. Enquanto o preço do ativo objeto se mantiver em R$ 36,00 o exercício dessa call não compensará, e caso no dia do vencimento esteja cotado abaixo disso a opção irá expirar e o vendedor terá embolsado de lucro o prêmio da venda.

Mesmo que o ativo objeto fique um pouco acima de R$ 36,00, ainda assim o exercício dessa opção pode não compensar, pois quando descontados os custos operacionais do exercício (corretagem e emolumentos) o seu exercício não será vantajoso para o seu titular. É o chamado vencimento “lusitano”, quando na prática não há ou há pouca vantagem em se exercer uma opção em razão do preço de mercado do ativo objeto estar muito próximo do preço de exercício da opção. Isso faz com que mesmo uma opção que está no dinheiro possa expirar sem valor.

A venda  de opções descobertas pode parecer a se criar dinheiro do nada, entretanto, uma forte variação no preço do ativo objeto pode levar o especulador à falência. A verdade é que essas operações requerem elevada margem e expõem o especulador a enormes riscos mediante lucros medíocres que, portanto, não compensam a realização desse tipo de operação. Todo investidor é submetido a riscos, mas é importante frisar que o risco para os compradores não é o mesmo que para os vendedores.

Em razão disso, dependendo da estratégia todo capital aplicado em opções pode vir a ser perdido e o investidor comprado deve estar ciente desse risco. Por sua vez, o lançador de uma opção deve ter capacidade financeira para cobrir eventuais prejuízos que potencialmente podem ser vultuosos, bem como dispor de garantias suficientes para atender às exigências de margem. Uma das características de quem opera risco da forma correta e profissional é só aceitar riscos limitados e cobertos. Aceitar risco ilimitado é uma conduta irresponsável de quem não respeita o mercado e nem a si mesmo.

Como fora dito, não basta apenas auferir lucro, mas auferi-lo de uma maneira eficiente e que seja sustentável no longo prazo. Para realizar day trade com opções – mais do que em qualquer outra forma de especulação – é preciso ter estratégias e objetivos muito bem definidos, bem como cumpri-los de forma disciplinada. Dificilmente um especulador de opções não tem perdas. Por isso, é fundamental que o investidor limite e aceite as suas perdas, e acima de tudo, saiba o momento certo de realizar o lucro e de parar de operar.

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“Não nos libertamos de um hábito atirando-o pela janela; é preciso fazê-lo descer a escada, degrau por degrau”.
Mark Twain

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