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Indicadores de Serviços e da Indústria
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Produtividade Total dos Fatores - PTF - A produtividade total dos fatores leva em consideração não somente a produtividade da mão-de-obra, mas também a eficiência do uso de capital. Ou seja, a PTF mede a eficiência com que a economia transforma insumos em produtos.

Com o fim do bônus demográfico, a única forma de aumentar a renda per capita do Brasil nas próximas décadas será por meio da elevação da produtividade do trabalhador. Contudo, a PTF vem caindo no país desde o início da recessão de 2012, indicando uma alocação ineficiente de capital e trabalho decorrentes de políticas fiscais e de financiamento público inadequadas que criaram incentivos para favorecer setores primários que agregam pouco valor aos produtos e cujos empregos gerados são em sua maioria de baixa renda, tal como a agropecuária. E ao consideramos desde 1995, a queda da produtividade total dos fatores chega a 22%.

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Produção Industrial – O aumento do indicador se refere ao aumento da produção industrial do Brasil, ou seja, quanto maior o indicador, maior a produção industrial. É quase impossível imaginar o desenvolvimento de um país sem uma indústria forte, ampla e diversificada. Dentre todos os setores produtivos, a indústria é o que exerce maior impacto no crescimento do produto agregado. Nos Estados Unidos esse indicador se chama ISM (Manufacturing Index).

A produção industrial brasileira se caracteriza hoje por ainda ser relativamente diversificada, porém imatura no sentido de estar se especializando em setores intensivos em recursos naturais e com pouco avanço em direção ao fortalecimento de cadeias produtivas com produtos de maior conteúdo tecnológico e valor agregado. Isto sugere que se esta tendência não for revertida a contribuição da indústria para o crescimento da economia deve, inevitavelmente, se reduzir no futuro próximo, reduzindo o potencial de crescimento da economia como um todo.

O crescimento da produção industrial é particularmente importante porque, em geral, sinaliza tendência positiva dos demais setores da economia, como comércio, serviços e agronegócio. Já o crescimento das vendas do comércio nem sempre reflete em aumento das vendas da indústria, pois os comerciantes podem estar aproveitando para desovar antigos produtos ou que foram importados. O aumento da produção industrial é o ponto de partida para uma cadeia de eventos que, geralmente, tem impacto positivo sobre o crescimento da economia como um todo.

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O real empecilho à indústria nacional, longe de ser o câmbio, sempre foi a carga tributária, a inflação monetária, a burocracia, as regulamentações restritivas, as restrições às importações, a infraestrutura precária, os sindicatos e os encargos sociais e trabalhistas. Aqueles que defendem a desvalorização cambial como sendo benéfica para a indústria estão defendendo a redução do poder de compra da população, sendo o mesmo que defender redução salarial.

O protecionismo é uma política voltada para criar escassez.  Restrições ao comércio não apenas não aumentam a quantidade de capital disponível, como ainda forçam um uso não-produtivo do capital e a má alocação de recursos. Toda a economia se torna mais ineficiente, a produção diminui, os preços médios aumentam, e os salários reais caem.

 

Punir os consumidores ou impor tarifas de importação para compensar a existência de impostos, de burocracia e de regulamentações excessivas sobre as indústrias irá empobrecer a todos para favorecer a apenas alguns poucos. Uma economia aberta é o caminho mais fácil para o crescimento econômico e o aumento do padrão de vida.

“Desde a aurora da civilização as pessoas não se dão por satisfeitas com a noção de que os eventos são desconectados e inexplicáveis. Sempre ansiamos por compreender a ordem subjacente do mundo”.
Stephen Hawking

 

Conforme fora dito, para uma economia crescer, se desenvolver e melhorar o padrão de vida de todos, ela precisa produzir bens e serviços de qualidade. Quanto maior a abundância desses bens e serviços de qualidade, menores serão os seus preços e maior o acesso a eles.  Porém, para que eles sejam produzidos, é necessário haver a formação de capital.

 

Ou seja, o investimento em instalações, maquinários, ferramentas, estoques e equipamentos que possibilitem o aumento da produção de fábricas e empresas. Portanto, quanto mais uma economia for intensiva em capital, maior será a quantidade e a qualidade dos produtos produzidos.

E para haver um acúmulo de capital que possibilite todo esse aumento da produção é preciso antes haver geração de renda e de poupança. Qualquer outra maneira de melhorar o padrão de vida de um país que não seja por meio do aumento do capital acumulado, tal como através do estímulo ao consumo, será completamente insustentável caso não haja o estímulo à produção de bens e serviços.

Contudo, os estados cada vez mais se endividam para manterem suas estruturas faraônicas, o poder da classe política e o populismo. Dessa forma, chegaram num estágio perigoso como consequência da irresponsabilidade fiscal, ao operarem através de consecutivos déficits orçamentários, da irresponsabilidade monetária, ao aumentarem a base monetária e gerarem inflação à medida que se endividam cada vez mais, e das elevadas cargas tributária sobre os setores produtivos.

A única forma de haver uma maior poupança e uma maior formação de capital nesta situação é através do corte de gastos estatais, bem como da busca por um superávit fiscal, e da redução de impostos sobre a renda, sobre o lucro e sobre a folha de pagamento do setor produtivo, o que permitirá maiores investimentos produtivos, o aumento do emprego e da renda.

Portanto, recorrer a aumentos de impostos sobre a renda e sobre o lucro não irá resolver a inflação de preços no longo prazo, tampouco o problema de arrecadação, pois o governo continuará incorrendo em déficits orçamentários para bancar seus gastos crescentes. Estes déficits, obviamente, serão financiados com a emissão de mais dívida, o que é inerentemente inflacionário.

 

E o resultado dessa política no longo prazo é o progressivo encolhimento do setor produtivo em relação ao setor estatal, retirando recursos do setor privado e direcionando-os para o estado, bem como para os corporativistas, que vivem da sua relação simbiótica com o estado.

Se a incidência de impostos for sobre a renda e sobre o lucro do setor produtivo, bem como sobre a poupança advinda de ambos e sobre a folha de pagamento, então o governo estará impedindo que esses recursos sejam destinados a investimentos produtivos, levando aos mesmos efeitos acima. E por fim, se o governo incorre em déficits orçamentários, ele irá emitir dívida para cobrir esse rombo. Ou seja, venderá títulos em troca do dinheiro poupado por indivíduos e empresas, e utilizará esse dinheiro para cobrir seus gastos.

Obviamente, essa apropriação de renda de indivíduos e das empresas também surtirá os mesmos efeitos acima. Afinal, como o governo está desviando poupança privada para si próprio, haverá menos fundos disponíveis para investimentos produtivos, aumentando o custo do crédito destinado para tais fins.

E cortes de impostos sem uma concomitante redução de gastos, por gerarem o aumento do déficit do governo, não promovem a poupança e nem a formação de capital e a geração de emprego, pois os fundos que o governo deixa de confiscar via impostos, ele irá recolher via emissão de dívida.

 

O mesmo é válido para os déficits, os quais são financiados através da emissão de dívida pública, o que gera o aumento da expansão monetária. Ambos sendo portanto, contrários à geração de poupança, à formação de capital e à geração de emprego, resultando ainda em mais inflação.

A inflação desestimula a poupança e estimula o consumo do capital numa velocidade ainda maior. Afinal, poupar deixa de ser uma atividade benéfica, dado que o dinheiro está perdendo poder de compra numa razão muito maior do que o retorno de longo prazo dos investimentos produtivos.

Dessa forma, a sociedade para de poupar e investir porque o dinheiro perde o seu valor de troca rapidamente, e com o aumento da gastança a sociedade fica estagnada em seu desenvolvimento econômico, afinal não existe mais uma visão a longo prazo em decorrência do enfraquecimento do dinheiro. Como resultado, se tem a desaceleração do crescimento econômico, empobrecimento generalizado e o aumento da desigualdade.

 
“Todos querem viver às custas do Estado e se esquecem que o Estado vive às custas de todos”.
Frédéric Bastiat

 

Uso da capacidade produtiva - É a quantidade máxima de produtos e serviços que uma empresa é capaz de produzir com uma determinada quantidade de recursos, em um determinado período. Este dado é a proporção da capacidade produtiva total que está sendo utilizada no período considerado. Os índices de utilização de capacidade instalada ajudam a explicar mudanças nos investimentos, na produtividade ou na inflação.

 

O conceito de capacidade instalada está diretamente ligado ao de produtividade e competitividade dentro das industriais dos mais variados setores. A capacidade instalada é um limite de produção ou a capacidade máxima de fabricação de uma indústria. Logo, se uma empresa utiliza ao máximo o potencial de sua mão de obra e de suas máquinas, ela está utilizando a sua capacidade instalada por completo.

Quando baixo, na prática este indicador informa que a empresa poderia empregar uma força de trabalho muito maior em relação à que está apresentando naquele momento. Dessa forma, baixos níveis de utilização de capacidade e altos níveis de desemprego normalmente andam juntos, de modo que é criado um ciclo vicioso de piora nas condições econômicas se nada for feito para melhorar a situação.

A capacidade ociosa é a diferença entre a capacidade instalada de uma empresa e seu efetivo volume de produção. Em outras palavras, representa o quanto uma empresa pode produzir para atingir sua capacidade máxima de produção. Por mostrar redução de produção, a capacidade ociosa de produção é um dos primeiros indicadores a sinalizarem a recessão em uma economia. Isso porque a primeira medida das empresas para diminuir a produção é subutilizar os fatores de produção que possui.

Se esse cenário perdurar por muito tempo a empresa pode decidir por reduzir seus fatores de produção. Por exemplo, demitindo funcionários e vendendo equipamentos. Dessa forma, a sua capacidade instalada ficará menor. Desse modo, é muito comum em momentos de recessão, que empresas comecem a se desfazer de seus ativos fixos, como máquinas e equipamentos não utilizados, pois esses também geram custos com manutenção preventiva e corretiva.

O conceito de capacidade ociosa também é muito utilizado para medir a capacidade de recuperação de uma economia em um curto espaço de tempo. Caso a demanda retorne uma companhia com capacidade ociosa pode rapidamente aumentar a sua produção diminuindo sua capacidade ociosa. Enquanto empresas que já estão perto da sua capacidade instalada precisam investir em mais fatores de produção para ampliarem a produção. O que exigirá capital e tempo.

Estes indicadores são importantes para se analisar a atividade econômica no curto prazo, sendo relevante para o governo acompanhar devido as suas ações para estimular a atividade econômica usando políticas públicas como melhoria das condições de crédito para incentivar o investimento (usando os bancos públicos, as taxas de juros, etc).

Índice de Preços ao Produtor IPP - Seu âmbito inicial são as indústrias de transformação. Tem como principal objetivo mensurar a mudança média dos preços de venda recebidos pelos produtores domésticos de bens e serviços, bem como sua evolução ao longo do tempo, sinalizando as tendências inflacionárias de curto prazo no País.

 

Constitui, assim, um indicador essencial para o acompanhamento macroeconômico e, por conseguinte, um valioso instrumento analítico para tomadores de decisão, públicos ou privados. Nos Estados Unidos esse indicador se chama PPI (Producer Price Index).

É um indicador antecedente da inflação ao consumidor, um dos principais componentes da inflação geral. Geralmente, um aumento no IPP leva a uma subida no IPC no curto prazo, o que provoca a expectativa de alta de juros e fortalecimento da moeda. Em uma recessão, os produtores não são capazes de repassar o custo da matéria-prima aos consumidores, então uma ala no IPP não será imediatamente sentido pelo consumidor, mas reduzirá a lucratividade dos produtores, o que aprofunda a recessão e pesa sobre a moeda.

Indicadores de Serviços e da Indústria - Registra variações de preços de produtos agropecuários e industriais nas transações interempresariais, isto é, nos estágios de comercialização anteriores ao consumo final. O IPA tornou-se cada vez mais um índice de preços de venda de produtos em nível de produtor nos setores agropecuário e industrial.

 

É basicamente um índice de preços de venda de produtos em nível de produtor. Por meio dele é possível realizar uma avaliação como o aumento de preços poderá impactar no custo de uma empresa.

Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil - Efetua a produção de custos e índices da construção civil, a partir do levantamento mensal de preços de materiais e salários pagos na construção civil. Tem como unidade de coleta os fornecedores de materiais de construção e empresas construtoras do setor.

INCC - O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) é o principal indicador de custo da construção civil no Brasil. O índice mede a evolução dos custos de construções habitacionais nas dezoito principais capitais de estados do país.

 
 
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“Numa empresa em dificuldades tão logo um problema é resolvido outro vem à tona – nunca existe só uma barata na cozinha.”
Warren Buffett

Sondagens de confiança – As sondagens de tendência são levantamentos estatísticos que geram informações usadas no monitoramento da situação corrente e na antecipação de eventos futuros da economia. Por produzirem sinalizações de tendência econômica com muita rapidez, geralmente no próprio mês da coleta de dados, são amplamente utilizadas mundialmente como indicadores antecedentes de atividade econômica, ferramentas indispensáveis a empresários, governos e entidades de classe na análise de conjuntura e tomada de decisões.

As informações obtidas por meio das sondagens permitem análises empresariais e concorrenciais, contribuem para o aperfeiçoamento do planejamento de nível de produção, ao acompanhamento dos movimentos de absorção e liberação de mão-de-obra nos diferentes segmentos da economia, ao conhecimento dos planos de investimento do setor produtivo nacional ou de setores específicos e à projeção da evolução de preços setoriais.

Índice de Confiança da Indústria - É um indicador antecedente utilizado para identificar mudança de tendência na produção industrial, ou seja, para auxiliar na previsão do produto industrial e, por conseguinte, do PIB. Empresários confiantes tendem a aumentar o investimento e a produção para atender o esperado crescimento na demanda. A Sondagem da Indústria oferece avaliações e expectativas deste setor para variáveis relevantes da atividade econômica como:

• nível de demanda interna e externa;
• nível de estoques;
• nível de utilização da capacidade instalada;
• expectativas em relação à produção, ao emprego e à situação dos negócios no futuro próximo;

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O índice varia de 0 a 100. Valores acima de 50 pontos indicam confiança do empresário e quanto mais acima de 50 pontos, maior e mais disseminada é a confiança. Valores abaixo de 50 pontos indicam falta de confiança do empresário e quanto mais abaixo de 50 pontos, maior e mais disseminada é a falta de confiança.

Permite comparar as expectativas da empresa com a média do setor; avaliar a situação do segmento; fornece indicações sobre o momento atual e tendências de curto prazo do setor industrial brasileiro, constituindo-se em subsídio para a tomada de decisões empresariais, análises econômicas nos meios acadêmicos e de consultoria e formulação de políticas econômicas pelo Governo. Nos Estados Unidos esse indicador se chama Purchasing Managers Index (PMI).

O PMI é um índice composto e baseado nos cinco maiores indicadores que incluem: novos pedidos, níveis de inventários, produção, entregas de suprimento, e desenvolvimento do Emprego. Cada indicador tem um peso diferente e os dados são ajustados por fatores sazonais.

 

Um índice PMI acima de 50 indica que a indústria de transformação está expandindo enquanto que abaixo de 50 significa que está contraindo. O relatório PMI é um indicador extremamente importante para os mercados financeiros assim como também é o melhor indicador de como está a produção nas fábricas. O índice é popular por detectar pressão inflacionária bem como anda a atividade econômica industrial.

Philadelphia Fed Index (Business Outlook Survey) - A Pesquisa de Perspectiva de Negócios é uma pesquisa mensal de fábricas localizadas ao redor dos estados de Pensilvânia, Nova Jersey e Delaware. As companhias pesquisadas indicam a direção das mudanças em todas as suas atividades de negócios e nas várias medidas de atividade em seus parques fabris.

É considerado um bom indicador de mudanças em tudo relacionado a emprego, preços gerais e condições dentro das indústrias de transformação. Aliás, este setor da indústria é considerado como o precursor das condições econômicas futuras e ele prepara o terreno em direção a uma recuperação econômica. Por exemplo, numa econômica fraca se a indústria de transformação começa a contratar há uma expectativa de que a economia comece a melhorar mais adiante.

"Trabalhar duro por algo em que não se acredita chama-se estresse. Trabalhar duro por algo em que se acredita chama-se propósito".

Gastos de Consumo / Confiança do Consumidor - É uma pesquisa mensal que procura captar o sentimento do consumidor em relação ao estado geral da economia e de suas finanças pessoais. Quando o consumidor está satisfeito e otimista em relação ao futuro tende a gastar mais; quando está insatisfeito e pessimista gasta menos. A confiança do consumidor, portanto, atua como fator redutor ou indutor do crescimento econômico.

 

O monitoramento do sentimento do consumidor tem o objetivo de produzir sinalizações de suas decisões de gastos e poupança futuras, constituindo indicadores úteis na antecipação dos rumos da economia no curto prazo. Nos Estados Unidos esse indicador se chama Consumer Confidence Index – CCI. Leituras abaixo dos 100 pontos indicam uma situação de desconfiança enquanto leituras acima dos 100 pontos indicam confiança.

A decisão do consumidor de gastar ou poupar é psicológico por natureza. O consumo torna-se possível através da renda gerada através da produção de bens e serviços ou através do endividamento via crédito. A confiança do consumidor também é medida como um indicador da propensão dos consumidores que possuem uma renda sem restrições para mudar da poupança para os gastos. A Sondagem das Expectativas do Consumidor produz indicadores sobre o monitoramento do sentimento do consumidor, tais como:
• decisões de poupanças e gastos futuros;
• sinalizadores dos rumos de curto prazo da economia;
• avaliações e expectativas sobre a situação econômica local;
• situação financeira da família, mercado de trabalho e intenção de compras de bens duráveis;

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A ideia por trás do índice de confiança do consumidor é que quando a economia garante mais empregos, salários mais altos e taxas de juros mais baixas, aumenta-se a confiança e o poder de consumo. Sendo o oposto também verdadeiro durante períodos de contração econômica, quando a confiança diminui. O aumento das vendas do comércio é importante, não só porque pode permitir um aumento da produção de bens, mas também porque sinaliza que as pessoas estão com mais dinheiro no bolso para gastar. Em geral, quando isso acontece o setor de serviços também é beneficiado, o que impulsiona ainda mais o crescimento da economia.

O objetivo final de toda e qualquer produção é o consumo. Uma pessoa/empresa produz, aumentando assim a oferta de bens e serviços, para obter renda e, por meio desta, poder consumir outros bens e serviços, bem como poupar e investir. Ou seja, a capacidade de demandar depende diretamente da capacidade de produzir. Logo, quanto mais uma pessoa/empresa puder produzir mais ela poderá consumir.

 

Porém, havendo medidas e fatores que restrinjam a produção, consequentemente, haverá também a restrição do consumo. Isso ocorre, por exemplo, quando governos passam a tributar pesadamente a renda do trabalho ou o faturamento e o lucro dos empreendedores, bem como quando a produção de renda e o investimento são afetados por uma moeda instável e pela inflação, ou mesmo quando o próprio ato de produzir é prejudicado por regulamentações e burocracias que servem apenas para onerar o trabalho e reduzir a atividade econômica.

A manipulação dos fatores que compõem a equação do PIB (consumo, investimento, importações, exportações e gastos governamentais) se tornou o foco de todas as políticas macroeconômicas, as quais através de pacotes de estímulo, alterações na taxa de juros e demais intervencionismos buscam estimular o consumo por meio da inflação monetária — isto é, através da criação de quantias adicionais de dinheiro muito acima da demanda por moeda gerada pela economia como um todo.

 

Tal procedimento pode ter o potencial de aumentar o emprego no curto prazo, porém, em razão do aumento do endividamento e da inflação de preços, no longo prazo a tendência é o colapso do consumo e do investimento, revertendo todos os benefícios gerados por esse aumento do consumo e do investimento.

Se alguém consome os produtos ou serviços de outros sem oferecer produtos ou serviços em troca, ele estará consumindo às custas dos produtores, pois a prosperidade econômica jamais pode ser atingida simplesmente por meio da simples criação e gasto de quantidades cada vez maiores de dinheiro — isto é, por meio de uma política de inflação monetária.

 

Obviamente, a inflação faz com que o poder de compra de todas as pessoas, e em especial dos mais pobres, seja reduzido, o que irá prejudicar diretamente o poder de consumo futuro e aumentar os custos de produção, exatamente o contrário do almejado pelas políticas macroeconômicas.

 

Ou seja, tem-se o aumento do desemprego e da pobreza, a redução dos investimentos produtivos e da atividade econômica como um todo. Portanto, em nenhum desses casos, as políticas macroeconômicas do governo criam riqueza, tampouco o consumo o faz. A capacidade de consumir continua dependendo diretamente da capacidade de produção.

O aumento da produção cria a demanda pelas ofertas de outros produtores, gerando assim o aumento sustentável do consumo. Quando uma recessão se inicia, a produção é a primeira variável a entrar em declínio, bem antes do consumo. E quando a economia começa a se recuperar, isso ocorre porque a produção foi retomada, sendo somente depois seguida pelo aumento do consumo.

 

O crescimento econômico começa com um aumento na produtividade, na produção de novos produtos e na criação de novos mercados. Portanto, o aumento sustentável do consumo só é possível através do aumento da poupança e do investimento, os quais por sua vez irão gerar o aumento da produção e da geração de renda, a qual possibilitará o aumento e a sustentação do consumo.

Assim, em condições normais os gastos em produção sempre vêm antes dos gastos em consumo. E se o que se quer é um estímulo econômico de verdade, então os empreendedores devem ser liberados para exercer as suas atividades. E a maneira certa de se fazer isso é criando um ambiente mais propício para que empreendedores possam produzir, empregar e criar riqueza ao invés de penalizar o faturamento, a renda e a poupança de quem realiza isso.

 

Isso não significa que o governo deve beneficiar artificialmente determinados grupos produtores, assim como não deve estimular o consumo. Igualmente importante é criar as condições para que pessoas e empresas possam poupar o suficiente para financiar toda essa produção e, também, para consumi-la no futuro, pois quanto maior a poupança, maior a renda e, portanto, a capacidade de consumo futura da população. Além disso, haverá uma maior demanda para os investimentos produtivos de longo prazo.

As recessões são, na realidade, causadas por desarranjos nessa estrutura inacreditavelmente complexa — desarranjos esses causados pela intervenção governamental, principalmente na área monetária, e é necessário haver um período de produção abaixo do normal para que essa estrutura conserte a si própria. Quando o governo embarca em uma política de crédito farto e barato isso gera um aumento temporário da renda disponível das pessoas, que então passam a consumir mais. Contudo, esse consumo maior foi gerado pelo mero endividamento barato e não por um aumento genuíno da produção e da renda.

 

Diante disso, empreendedores passam a crer que haverá maior renda disponível no futuro, de modo que seus bens e serviços serão mais demandados, o que significa que poderão cobrar preços maiores e aumentar suas produções. Porém, tão logo essa expansão do crédito é interrompida, todo o cenário de aumento da renda se revela fictício e artificial, mostrando que nunca houve realmente um aumento da renda da população. Houve apenas um aumento do endividamento que resultou numa recessão.

 

E o que é mais importante: os consumidores estão fazendo a coisa certa quando reduzem seu consumo e aumentam sua poupança durante uma recessão. Se acabar com uma recessão fosse tão simples quanto colocar as pessoas para gastar, então recessões não seriam algo tão recorrente. E a medida mais perniciosa que pode ser tomada numa recessão é aumentar os gastos do governo em detrimento da poupança, do consumo e do investimento produtivo.

Por fim, a contenção da inflação requer uma redução significativa da oferta de moeda e da demanda agregada. No entanto, se os elevados gastos e déficits do governo forem deixados intocados, todo o ônus da normalização da política monetária recairá sobre as famílias e as empresas. Dessa forma, a elevação na taxa de juros como forma de conter a inflação prejudica a economia produtiva, enquanto o governo permanece inconsciente da necessidade de reduzir seu orçamento inchado.

Aumentos de juros têm dois efeitos negativos diretos sobre a economia caso o governo não reduza a sua tendência de elevação de gastos e de incorrer em déficits. Eles implicam em impostos mais altos e uma massiva evasão do crédito disponível. O déficit do governo sempre vai ser financiado, mesmo que seja a taxas mais altas, mas isso também significa menos crédito para empresas e famílias. O efeito “crowding-out”, quando o setor público absorve e encarece o crédito que poderia estar disponível para economia privada, significa menor crescimento da produtividade, investimento mais fraco e queda dos salários reais e do emprego.

Enquanto o governo mantém a inflação acima da meta gastando unidades adicionais de moeda recém-criada através da emissão de dívida pública, o crédito aos setores produtivos se torna cada vez mais difícil e caro. Além disso, o governo toma empréstimos a um custo muito menor do que os negócios mais eficientes e lucrativos. Portanto, torna-se impossível haver crescimento econômico real e duradouro com aumento de impostos, inflação persistente e elevado custo de crédito.

"O estímulo ao mero consumismo não é benéfico para o comércio; a dificuldade está em ofertar os meios e em produzir, e não em estimular o desejo pelo consumo; e já vimos que  somente a produção fornece tais meios. Portanto, é o objetivo do bom governo estimular a produção, e do mau governos estimular o consumo."
Jean-Baptiste Say

Índice de Confiança do Comércio - Tem como objetivo medir a percepção que os empresários do comércio têm sobre o nível atual e futuro de propensão a investir em curto e médio prazo. É um indicador antecedente de vendas do comércio, a partir do ponto de vista dos empresários comerciais, tornando-o uma ferramenta poderosa para o varejo, fabricantes, consultorias e instituições financeiras. O objetivo é detectar as tendências das ações empresárias do setor. A Sondagem do Comércio produz avaliações e expectativas deste setor para variáveis relevantes da atividade econômica, tais como:

• observações nos últimos três meses em relação: vendas e emprego;
• volume de demanda atual;
• volume de compras atual;
• crédito;
• fatores limitativos;
• expectativas em relação: vendas, emprego, compras, e tendência dos negócios no futuro próximo.

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Índice de Confiança da Construção - Mede a percepção dos empresários do setor sobre sua situação atual e as expectativas para os próximos meses. A pesquisa gera, mensalmente, um conjunto de informações usadas no monitoramento e antecipação de tendências econômicas da construção civil. Um incremento na atividade futura do setor de construção civil produz um efeito multiplicador, impulsionando outros setores da economia. A Sondagem da Construção produz avaliações e expectativas deste setor para variáveis relevantes da atividade econômica, tais como:

• situação atual dos negócios;
• evolução recente da atividade;
• capacidade produtiva;
• crédito;
• fatores limitativos;
• expectativas em relação: demanda, emprego, e tendência dos negócios no futuro próximo.

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“Trinta anos atrás, ninguém poderia ter previsto o imenso impacto da Guerra do Vietnã, de duas crises do petróleo, da renúncia de um presidente, da dissolução da União Soviética (…). Diferentes choques ocorrerão nos próximos 30 anos. Não tentaremos prevê-los, mas sim lucrar com eles. O medo é inimigo dos imediatistas e aliado dos fundamentalistas.”
Warren Buffett

Dados da Construção Civil - O indicador de construção constitui em um grupo significativo incluído no cálculo do PIB dos Estados Unidos. Ainda, o mercado imobiliário tem sido o motor que avança a economia dos EUA para fora das recessões após a Segunda Guerra Mundial.

 

Esses indicadores são classificados em três categorias principais: 1. Construções e alvarás de habitações, 2. Vendas de casas novas e existentes de uma só família, 3. Gastos com construção. Os indicadores de construção são cíclicos, muito sensíveis ao nível das taxas de juros (e, consequentemente, às taxas de hipoteca) e ao nível de renda disponível. No entanto, baixas taxas de juros por si só podem não ser capazes de gerar uma alta demanda por habitação.

Housing Starts – Este indicador econômico rastreia quantas novas moradias ou edifícios são construídos durante todo o mês. É considerado como um indicador líder, isso significa que ele detecta tendências futuras na economia. Um declínio no índice mostra que a economia está lenta, enquanto que uma alta no índice de atividade de novas moradias pode empurrar a economia fora de uma situação de economia fraca.

Intenção de Consumo das Famílias - Pesquisa de opinião dos consumidores sobre aspectos específicos da sua vida financeira. Seu objetivo é mostrar uma média da intenção e condições de consumo atual e de curto prazo da população brasileira, sob os quesitos: Capacidade de consumo, Renda, Compra a prazo e Nível de consumo atual.

 

Quando o índice fica abaixo de 100 pontos, isto demonstra que há um grau de insatisfação a ser observado. Por outro lado, se o resultado estiver 100 aponta satisfação sobre os temas emprego, renda e capacidade de consumo. Se houver uma queda brusca ou gradual, porém persistente, na renda da família ou estabilidade no emprego, a tendência é que haja uma queda no consumo.

Levantamento Sistemático da Produção Agrícola IBGE – Obtém informações mensais sobre previsão e acompanhamento de safras agrícolas, com estimativas de produção, rendimento médio e áreas plantadas e colhidas, tendo como unidade de coleta os municípios. Compreende a estatística da Produção Agrícola mensal do país.

Pesquisa Industrial Mensal Produção Física – Índices Especiais de Bens de Capital – O objetivo geral desse índice especial é, a partir de recortes específicos sobre a amostra de produtos da Pesquisa Industrial Mensal de Produção Física – PIM-PF, ampliar a capacidade de entendimento da evolução da atividade industrial no curto prazo.

 

Neste caso, o objetivo é gerar índices mensais que informem sobre o movimento da produção de máquinas, equipamentos e peças, segundo o destino predominante desses bens. Com isso, busca-se identificar o comportamento do investimento segundo os setores demandantes.

Os produtos foram agrupados sob a seguinte tipologia: Bens de Capital Para Fins Industriais (Seriados e Não-Seriados); Bens de Capital Agrícolas; Peças Agrícolas; Bens de Capital para Construção; Bens de Capital para o Setor de Energia Elétrica; Bens de Capital para Equipamentos de Transporte; e Bens de Capital de Uso Misto.

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Número de Pedidos à Indústria - Reflete as novas ordens de pedido às indústrias de bens duráveis, mostrando o uso da capacidade total do setor e o nível de aquecimento econômico. Os bens não duráveis incluem alimentos, vestuário, produtos industriais leves, e produtos desenvolvidos para a manutenção dos bens duráveis.

 

Os Bens Duráveis consistem em produtos com vida útil maior do que três anos. Alguns exemplos são automóveis, eletro-eletrônicos, móveis, joalheiros e brinquedos. Eles são divididos em quatro categorias principais: metais primários, maquinário, maquinário elétrico, e transporte. Nos Estados Unidos esse indicador se chama Durable Goods Orders.

Volume de Vendas do Varejo / Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) - Mede o volume das vendas das lojas de varejo que comercializam tanto bens duráveis como não duráveis. Esse indicador mostra a tendência de consumo da população, influenciando nas estimativas futuras para a força da demanda do consumidor e a confiança na economia.

 

Nos Estados Unidos esse indicador se chama Retail Sales. A partir da receita bruta de revenda investigada são construídos indicadores para duas variáveis: Receita Nominal de Vendas e Volume de Vendas. Para a análise do consumo, este dado pode ser acrescentado ao das vendas de veículos, que geralmente é divulgado primeiro e é, em alguns países, uma boa forma de se estimar o consumo.

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Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) - Produz indicadores que permitem acompanhar o comportamento conjuntural do setor de serviços no Brasil, investigando a receita bruta de serviços nas empresas formalmente constituídas, com vinte ou mais pessoas ocupadas, que desempenham como principal atividade um serviço não financeiro, excluídas as áreas de saúde e educação.

 

O setor de serviços é responsável por mais da metade do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. O setor também é o principal destino dos investimentos estrangeiros diretos no país e o maior gerador de empregos diretos para a população brasileira.

 

Indicadores Líderes - Os indicadores líderes são compostos por indicadores que antecipam mudanças futuras na economia, por serem mais sensíveis, reagem mais rápido às mudanças em relação aos demais indicadores. São compostos pelos seguintes indicadores econômicos:


• Semana de trabalho média de trabalhadores da manufatura.
• Média semanal de entradas no seguro desemprego.
• Novos pedidos por materiais e bens ao consumidor (ajustados para a inflação).
• Desempenho de fornecedor.
• Contratos e pedidos para fábricas e equipamentos (ajustados para a inflação).
• Emissão de alvarás para novas construções.
• Mudança nos pedidos não supridos de fabricantes, bens duráveis.
• Mudança nos preços de materiais sensíveis.

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“Eu seria um mendigo pedindo esmolas nas ruas com uma caneca na mão se os mercados fossem eficientes”.
Warren Buffett

A macroeconomia e a microeconomia estão intimamente ligadas, e como as mudanças na economia resultam das decisões de milhares de pessoas, é impossível entender os desdobramentos macroeconômicos sem considerar as decisões microeconômicas a eles associadas. O objetivo da análise econômica, além de fornecer subsídios para a análise dos ativos, é antecipar possíveis movimentos da economia do país antes que essa informação se torne um consenso para o mercado, ou seja, a análise deve possibilitar ao investidor se antecipar em relação ao restante do mercado, além de embasar a sua tomada de decisão.

 

Em geral, quanto melhor for o desempenho da empresa e as suas características individuais (pontos fortes) e de seu ambiente (oportunidades), melhor ela irá superar condições macroeconômicas adversas (ameaças) e manejar as suas fraquezas. Atualmente, o maior desafio da macroeconomia no Brasil é encontrar uma maneira de reagir à desaceleração do nosso crescimento. A grande dificuldade é conseguir criar e implementar um plano de desenvolvimento de curto prazo para reagir à recessão econômica.

 

Estudos apresentados recentemente no The Wall Street Journal comprovam que em quase todos os 11 declínios econômicos dos Estados Unidos desde a Segunda Guerra Mundial, o Dow Jones atingiu seu ponto mais baixo da recessão e começou a subida seis meses antes do início da recuperação da economia. Geralmente, os investidores ficam ansiosos para comprar papéis antes da recuperação econômica porque quando eles sobem depois de uma recessão os ganhos são consideráveis, conforme fora percebido no período de 2009 a 2010, após a crise de 2008.

Os mercados de capitais são mais do que simplesmente uma medida da expectativa do investidor. Eles são uma medida de confiança. Existem evidências de que a movimentação no mercado de capitais possui desempenho antecedente em relação à atividade econômica.

 

Numa época em que a maior parte dos males da economia reside na crise de confiança, em que tanto os consumidores quanto os empresários estão tão inseguros quanto ao futuro que cortam ao máximo as despesas, uma alta no mercado de capitais é um importante sinal de que a maré pode estar começando a virar, sendo um importante estímulo de confiança na economia.

O investidor pode buscar antecipar a tendência de crise monitorando os sinais identificados na conjuntura dos indicadores econômicos como oferta monetária (e crédito) com taxas de crescimento estagnadas ou em queda, curva de juros invertida, aceleração nos índices de preços ao consumidor, aumento generalizado dos custos, principalmente nas empresas mais afastadas do consumo final. Dessa maneira ele tentará direcionar os seus investimentos para setores que, em tese, serão menos afetados, ou mesmo, que se beneficiarão neste cenário.

"Se você quiser especular faça com os olhos abertos, sabendo que provavelmente você irá perder dinheiro no final; lembre-se de limitar a quantidade de dinheiro em risco e separe-a completamente da sua estratégia de investimento de longo prazo".

Benjamim Graham

Os mercados acionários, em tese, seguem os indicadores econômicos e as notícias das empresas que compõem os principais benchmarks; na teoria. Contudo, a prática mostra que as bolsas têm seus meios de contrariar a lógica, se movendo em sentido contrário ao dos fundamentos econômicos e corporativos.

 

A maior parte das informações financeiras disponíveis dá ênfase nas opiniões e na tendência de curto prazo, na reação do mercado às notícias e à popularidade de determinada empresa. Investidores veteranos estão mais focados para o longo prazo, exatamente onde a análise fundamentalista tem maior valor. Investem embasados por resultados e fundamentos com consciência e razão ao invés de seguirem impulsos e o imediatismo. Investir no longo prazo é em muitos aspectos uma atitude mais madura e responsável.

Corretoras, bancos e a mídia em geral dão muita ênfase no day trade e na ilusão do enriquecimento rápido. Estimulam diversas estratégias de operação, algumas sem a menor coerência e que acabam tendo baixa rentabilidade. Estratégias mais conservadoras de buy and hold e reinvestimento de dividendos parecem desinteressantes diante desse enfoque.

 

O investidor Warren Buffett sempre defendeu que mais importante do que fazer previsões econômicas, as quais muitas vezes sequer se realizam, é investir em ações de empresas que vêm apresentando resultados positivos consecutivos ao longo dos anos, seja durante períodos de bonança econômica ou de crise.

Portanto, é preciso avaliar o mérito das informações e opiniões em relação aos fundamentos, confirmando-as ou não. Caso contrário, estará investindo a partir de ideias preconcebidas, seguindo a mentalidade da massa ou dicas que não possuem fundamento algum, e que no longo prazo geram mais perdas do que ganhos.

 

Investidores que buscam retorno rápido operando no curto prazo ficam mais focados no jogo de compra e de venda do que na formação de uma carteira de investimento composta por ações de empresas que vêm apresentando bons fundamentos ao longo dos anos.

Muitos dos que estudam os fundamentos e indicadores econômicos acreditam de certa forma que o mercado possa ser previsível. As pessoas querem acreditar que através de um extenso estudo dos fundamentos poderão prever os valores futuros das ações de uma empresa com tal precisão que sempre ganharão dinheiro.

 

Esse tipo de crença, apesar do correto desejo de minimizar o risco, retira a capacidade de julgamento. O grande propósito da análise fundamentalista não é lhe fornecer informações privilegiadas ou algo do tipo, mas lhe ajudar a direcionar seus esforços na direção certa, a desenvolver a sua perspicácia e confirmar as suas crenças e, dessa maneira, dar suporte para a sua tomada de decisão.

É importante frisar que os fundamentos, apesar de estarem sólidos, podem ser deixados de lado pelo mercado, que de uma hora para outra pode mudar a direção dos preços. Mesmo que uma empresa apresente uma excelente performance histórica e possua ótimos fundamentos o mercado pode entrar numa tendência de baixa em razão de algum acontecimento, ou mesmo, porque os preços estão supervalorizados e é conveniente para os investidores institucionais realizarem o lucro.

 

A análise fundamentalista feita na empresa pode estar correta e coerente à realidade, mas ainda assim o preço de suas ações pode cair. Esse é o risco do mercado e, conforme dito anteriormente, o sucesso está em controlar o risco e gerenciar o seu capital.

 

“O tempo é utilizado de maneira mais sábia quando se busca comprar ações de empresas cujos negócios geram lucro em qualquer conjuntura econômica do que fazendo trades no curto prazo em ações de empresas que se beneficiarão apenas caso as suas suposições econômicas se concretizarem”.
Warren Buffett

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