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O que são Derivativos?
Aprenda a investir no mercado com nosso conteúdo de análise fundamentalista, análise técnica e estratégias de investimentos

A história do Mercado de Futuros está diretamente vinculada à necessidade de administração do risco e das oscilações dos preços dos ativos, originalmente das commodities, e mais recentemente também dos ativos financeiros. A realização de acordos contratuais entre indivíduos para pagamento e entrega numa data futura já era significativa nas feiras medievais da Europa do século XII.

Derivativos são criados por operações financeiras que têm como base de negociação o preço ou a cotação de um ativo, chamado de ativo-objeto, negociado nos mercados futuros, ou seja, a preço futuro. Os mercados de derivativos ou de liquidação futura viabilizam aos investidores realizar operações que possam protegê-los do risco de futuras variações no preço das suas posições no mercado à vista.

Uma operação com derivativos funciona como um contrato que assegura aos participantes o exercício dos seus direitos, bem como os obriga a cumprirem suas obrigações, estando fixadas neste acordo todas as características e condições sob as quais a operação será efetuada, tais como a data de vencimento, o preço a ser pago, o tamanho do contrato, dentre outras.

 
“Toda matemática que você precisa para investir no mercado de ações você aprendeu na quinta série.”
Peter Lynch

Um derivativo é um ativo financeiro cujo valor resulta (deriva) do valor de outro ativo negociado no mercado à vista. São negociados contratos referenciados sobre ativos financeiros tais como ações, índices, moedas ou mercadorias, com vencimento e liquidação estabelecidos para uma data futura e por um preço determinado. Os mercados derivativos abrangem as modalidades mercado a termo, mercado futuro e mercado de opções.

O que o investidor busca nos mercados de derivativos é a proteção contra o risco das variações do preço de um determinado ativo. Essa administração de risco é conhecida como hedge, o qual funciona como um seguro contra o risco de mercado, especificamente no que refere ao preço.

Assim, uma operação de hedge realizada no mercado de derivativos visa fixar antecipadamente o preço de uma mercadoria, uma ação ou um outro ativo financeiro, de forma a minimizar o impacto das mudanças no seu preço.

Do lado do especulador, os derivativos lhe possibilitam obter de maiores ganhos em comparação ao mercado à vista e aos demais investimentos (renda fixa), mediante a sua disposição de assumir os riscos da flutuação dos preços dos ativos objetos e da volatilidade dos preços dos derivativos, bem como os riscos da alavancagem.

O especulador desempenha uma função econômica importantíssima para o funcionamento dos mercados ao gerar liquidez e assumir o risco do investidor, assegurando a existência de contratos com vencimento durante todo o ano.

 
“A volatilidade dos mercados é a maior aliada do verdadeiro investidor”.
Warren Buffett

Atualmente, como decorrência de uma prolongada crise econômica internacional, os derivativos estão cada vez mais associados à quebra de instituições financeiras, e até mesmo a escândalos contábeis ocasionados pela má utilização desses instrumentos. O seu uso indiscriminado e a falta de regulamentação têm sido responsáveis pela transformação dos derivativos em mecanismos para especulações altamente alavancadas, diferentemente do propósito original para o qual foram criados, ou seja, servirem como instrumentos práticos e inteligentes para o gerenciamento do risco para posições em ativos.

Investidores institucionais realizam operações de especulação e de arbitragem no mercado financeiro com enormes volumes de dinheiro, utilizando recursos de terceiros (clientes ou cotistas). Na prática a manipulação e a arbitragem dos preços só é possível quando se dispõe de enormes quantias, de forma que o pequeno percentual de retorno auferido nessas operações gere um lucro significativo.

Em muitos casos tais instituições assumem posições demasiadamente alavancadas, através da criação e utilização em larga escala de derivativos, muitos dos quais são lastreados em outros derivativos, ao invés de ativos “reais”, expondo assim o capital de seus clientes a riscos que podem gerar prejuízos muito maiores do que os patrimônios destas instituições.

 

Essa atitude imoral e irresponsável de buscar o lucro à qualquer custo contribui para o aumento do risco sistêmico no mercado financeiro, pois além de estarem sujeitos à perda total do capital próprio, podem gerar prejuízos a outros agentes econômicos e cidadãos, credores ou não, que via a cadeia econômica estão atrelados de alguma maneira à tais instituições e são prejudicados direta ou indiretamente.

Esse é o chamado efeito dominó, onde toda a cadeia de produção e de investimento é quebrada, colocando todo o sistema financeiro em risco e obrigando os Bancos Centrais a injetarem recursos públicos nestas instituições para evitar uma quebra sistêmica, conforme aconteceu nos Estados Unidos em 2008 e ainda vem acontecendo, bem como está ocorrendo na Europa e em diversos outros lugares.

Essa é uma situação de privatização dos lucros e socialização dos prejuízos. Os grandes lucros, resultantes de uma enorme exposição ao risco e gerados pela ganância e irresponsabilidade dos gestores destes grandes fundos, são usufruídos dentre essas instituições. Mas quando as coisas dão errado e essas instituições quebram, gerando prejuízos em larga escala para toda a cadeia econômica, é a sociedade quem paga o preço ao arcar com os prejuízos gerados por estes criminosos institucionalizados. 

 

Adam Smith observa que em toda sociedade coexistem dois sistemas morais: um, rigidamente conservador, para os pobres; outro, flexível e permissivo, para os ricos e elegantes. O Governo ao socorrer tais absurdos especulativos praticamente está  afirmando que os bancos são “inquebráveis”. Política imoral que acaba incentivando mais ainda tais excessos e irresponsabilidade. A falta de regulação, a legislação permissiva e a grande variedade de manobras jurídicas garantem a impunidade desses gestores e afetam a confiança dos investidores, induzindo fugas de capital e escassez de crédito.

 
“O ladrão passa por homem de bem quando o roubo o enriquece”.
Thomas Fuller

Fatos como estes comprovam que a auto-regulação não previne imprudências. Muitos economistas são favoráveis à um maior controle dos Estados sobre a circulação de capital volátil pelo mundo, aquele que entra e sai dos países com o objetivo principal de obter lucros arbitrando diferenças de preços entre diferentes mercados.

Da mesma maneira que esse capital pode, durante certo período, trazer benefícios para alguns países, em outros pode provocar fortes desestabilizações, a partir do momento em que melhores oportunidades de rendimentos em outras economias aparecerem, pois esse dinheiro tende a ser retirado desses países. Quando somados, os efeitos da manipulação exercida no mercado, os movimentos de capital volátil e a gigantesca exposição em derivativos por parte dessas instituições rapidamente geram enormes prejuízos para a economia de um país.

Do lado do pequeno investidor a grande liquidez, o baixo custo e a volatilidade dos derivativos, juntamente com a sua expressiva alavancagem, atrai o interesse daqueles que fazem day trade. Entretanto, como a preocupação do especulador é alavancar o seu capital, ele assume riscos relativamente altos posicionando-se nos mercados de derivativos através de apostas direcionais quanto ao comportamento futuro dos preços. Em contrapartida, há uma possibilidade de ganhos expressivos quando suas operações dão certo. 

Portanto, vale ressaltar que a diferença entre o remédio e o veneno é a dosagem. Assim, o mercado de derivativo para o especulador é considerado como sendo de alto risco se comparado aos investimentos convencionais tais como ações e renda fixa, seja pela alavancagem ou pela grande volatilidade nas cotações desses ativos. A alavancagem presente nas operações que utilizam margem o permite assumir grandes posições com um pequeno capital próprio investido. Isso o expõe a um risco muito maior do que os demais investimentos, pois em alguns casos existe a possibilidade de que sua perda seja superior ao capital investido.

 
"Há apenas um tipo de comunidade que pensa mais em dinheiro do que os ricos: os pobres. Os pobres não conseguem pensar em mais nada".
Oscar Wilde

No caso do mercado de opções existe o risco da volatilidade dos preços, pois as variações no preço do ativo objeto tendem a geram variações muito maiores nos preços das opções, tanto para cima quanto para baixo. E da mesma forma que uma grande volatilidade na direção contrária à posição do investidor lhe causará enormes prejuízos, a falta de volatilidade também poderá resultar em perdas, visto que opções perdem valor extrínseco com o passar do tempo. O que mostra claramente que as operações com opções envolvem um risco muito maior se comparadas às operações com o ativo objeto no mercado à vista.

 

Assim, sem dúvida alguma as operações especulativas com derivativos tendem a produzir resultados exponencialmente maiores do que as variações do preço dos ativos nos quais estão referenciados. Tal potencial atua nos dois sentidos, tanto no ganho quanto na perda. A possibilidade de obter retornos mais altos exige a disposição para assumir riscos muito maiores.

No outro lado, o mercado de derivativo oferece aos investidores mais conservadores diversas estratégias para aumentarem a rentabilidade de seus investimentos de renda variável, bem como lhes permite proteger suas posições de longo prazo através da realização de operações de hedge, mostrando-se uma ferramenta importantíssima para o gerenciamento do risco nos investimentos de renda variável.

Em suma, através de operações com derivativos os investidores podem reduzir ou limitar aqueles riscos que lhes são indesejáveis, hedgeando suas posições, possibilitando também que tomem vantagem do aumento do risco, quando lhes for vantajoso, alavancando assim os seus potenciais de retorno. Historicamente a maioria das experiências malsucedidas com derivativos não ocorreu devido a seu uso como instrumentos de hedge e neutralização de riscos; mas a seu uso como ferramenta de alavancagem para especulação.

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“No mercado o o lucro é como um picolé ao sol, ou você chupa, ou ele derrete na sua mão”.

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