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Como Investir no Mercado a Termo?
Aprenda a investir no mercado com nosso conteúdo de análise fundamentalista, análise técnica e estratégias de investimentos

Um termo consiste em um acordo de comprar ou de vender uma determinada quantidade de ações, numa data futura, a um preço preestabelecido. Termo é sinônimo de prazo, logo, um comprador a termo recebe um prazo para pagar pelas ações. Já o vendedor cobra do comprador uma taxa de juros por esse prazo. Assim, um contrato de termo funciona como um contrato de financiamento.

O financiador a termo compra as ações no mercado à vista e as vende a termo para o comprador pelo seu valor acrescido de uma taxa de juros, os quais deverão ser pagos numa data futura. Isso permite que o comprador a termo tenha a posse das ações sem ter que desembolsar de imediato todo capital que normalmente seria necessário para comprá-las no mercado à vista.

 

Apesar de existirem algumas diferenças, um contrato a termo é muito parecido com um contrato futuro. Entretanto, este último é caracterizado por ser um ativo financeiro padronizado que pode ser negociado livremente em um pregão por possuir elevada liquidez e ajuste diário da posição e, principalmente, pela possibilidade de liquidação a qualquer momento sem a imposição de vínculo bilateral.

Já num contrato a termo existe uma obrigação entre as partes, portanto, o mesmo não pode ser transferido a terceiros, podendo apenas ser encerrado entre as partes ou no seu vencimento (operação não-intercambiável). Além disso, não ocorre o ajuste diário da posição, apenas da margem de garantia quando for necessário. O resultado financeiro é apurado no momento em que o termo é encerrado.

“A mudança é a lei da vida. E aqueles que olham apenas para o passado ou apenas para o presente com certeza irão perder o futuro”.
John F. Kennedy

Assim, os contratos a termo regulamentam operações de compra e de venda de um ativo objeto entre comprador e vendedor (contrapartes do contrato) para liquidação física (entrega do ativo objeto) ou financeira. Uma operação de compra ou de venda a termo é realizada em leilão, sendo bastante similar a uma negociação no mercado à vista, resultando numa obrigação entre duas partes, o comprador a termo e o vendedor a termo.

Comprador a termo: Adquire o direito de receber a ação em uma data futura, estabelecida pelo contrato, com a obrigação de pagar o preço acordado. O comprador irá auferir lucro na operação caso o preço à vista da ação suba, de forma que na data do encerramento do termo esteja acima do preço acordado, pois poderá comprá-la por um preço menor que o de mercado, lucrando a diferença entre o preço à vista e o preço acordado no termo. Mas caso ocorra o contrário, ou seja, o preço à vista da ação na data de encerramento do termo estiver abaixo do preço acordado, o comprador irá ter prejuízo, pois será obrigado a pagar um preço mais alto pela ação, sem contar o juro do termo.

Vendedor a Termo: Adquire o direito de receber na data futura o preço fixado e assume a obrigação de entregar a ação nesta mesma data. O vendedor irá auferir lucro na operação caso o preço à vista da ação caia, de forma que na data do encerramento do termo esteja abaixo do preço acordado, pois irá vender a ação por um preço maior que o de mercado. E mesmo que ocorra o contrário, ou seja, o preço à vista da ação na data de encerramento do termo estiver acima do preço acordado, o vendedor ainda lucrará o juro do termo. Contudo, será obrigado a receber pela ação um valor abaixo do preço de mercado, o qual fora acordado previamente.

No momento do fechamento do contrato o preço a termo equivale ao preço de entrega do ativo, de forma que o preço na data futura de liquidação do termo é travado no ato da operação. E o comprador deve pagar a taxa de juros do termo ao vendedor, conforme o prazo do contrato, na data da realização do termo.

De um lado os compradores procuram garantir preços, diversificar riscos e captar recursos, por meio de uma operação de renda variável. De outro os vendedores (também chamados de financiadores) aumentam a receita de suas carteiras com baixíssimo risco, fazendo uma operação de renda fixa. Assim, podemos observar que a alta no preço à vista da ação favorece os comprados, e a queda favorece os vendidos.

"Banqueiro: aquele que empresta o dinheiro dos outros e guarda os juros para si".
John Pollard

Muitas vezes o vendedor do termo é um investidor que não deseja possuir a ação, mas sim o retorno sobre o investimento em forma de taxa de juros. Neste caso ele irá comprar a ação no mercado à vista e vendê-la a termo, lucrando a taxa de juros sobre o capital empregado. Qualquer um pode ser financiador (vendedor a termo), mas na maior parte das vezes os investidores institucionais e as corretoras o são.

 

O financiador não assume riscos, não importa o que aconteça com a cotação das ações ele vai receber os juros contratados no final do período e o valor financiado. Entretanto, existe a possibilidade de seu lucro ser maior, caso o contrato a termo seja liquidado antecipadamente pelo comprador. Situação em que o financiador receberá os juros num prazo menor ao que fora acordado.

Todas as ações negociáveis na B3 podem ser objeto de um contrato a termo. O preço a termo de uma ação é definido pela adição no seu valor no mercado à vista de uma parcela correspondente aos juros, fixados livremente em mercado em função do prazo do contrato e da taxa básica de juros. Para cada prazo existe uma taxa e o período mínimo de um contrato é de 16 e o máximo é de 999 dias. Entretanto, para gerar liquidez é fundamental a padronização dos contratos, que normalmente são negociados  em prazos de 16, 30, 60, 90, 120, 150 e 180 dias. Abaixo temos um exemplo das taxas praticadas no mercado no dia 10/08/2012.

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"Quem decide pode errar, quem não decide já errou". 

Os contratos a termo são do tipo VC (À Vontade do Comprador) em que o encerramento pode ocorrer no vencimento do contrato ou, caso o comprador requeira, antecipadamente. Hipótese em que o comprador terá que pagar o juro referente a todo o período do contrato.

Operações a termo são feitas através de margem, portanto, requerem o depósito de garantias no intuito de assegurar o bom funcionamento e a adimplência das duas pontas da operação. Nos mercados futuros e a termo há exigência de garantias tanto dos compradores quanto dos vendedores, em função de que ambos poderão sofrer perdas.

Na ponta vendedora apenas são aceitas vendas cobertas, ou seja, o vendedor a termo deve depositar o ativo-objeto como garantia de que o entregará na data da liquidação do contrato. Ao realizar essa cobertura, o vendedor fica dispensado de depositar garantias adicionais. Já os compradores terão que depositar margem de garantia.

 

A margem inicial corresponde a cerca de  20% do valor das ações compradas a termo. Já a margem de garantia adicional está relacionada à diferença entre o valor contratado no mercado a termo e o preço da ação no mercado à vista, bem como a modalidade de liquidação. Logo, podemos perceber que um contrato a termo se trata de uma operação alavancada.

Como margem podem ser depositados dinheiro, o qual será corrigido pelo período do termo, ouro, e a critério da B3, títulos públicos e privados, cartas de fiança, ações, etc. A Bolsa têm a prerrogativa de recusar algum título se o considerar de alto risco. É interessante observar que para realizar uma operação a termo não é necessário desembolsar recursos em dinheiro para este fim. Um investidor que possui uma carteira de ações pode muito bem depositá-la como margem para fazer um termo.

 
“O conhecimento verdadeiro é reconhecer que você não sabe de nada”.
Harlie Munger

A bolsa avalia a volatilidade e a liquidez das ações e as condições gerais das empresas emissoras, classificando as diversas ações em diferentes intervalos de margem. Para operações em papéis com maior volatilidade e menor liquidez pode ser requerido um percentual maior de margem.

 

Quanto maior a volatilidade histórica do ativo, maior será a expectativa de instabilidade do seu preço e, portanto, maior será a estimativa do risco de perdas para os compradores. Consequentemente, mais margem lhes será exigida em relação aos demais ativos a fim de compensar o maior potencial de risco. Como regra geral, ações com maior liquidez e menor volatilidade enquadram-se nos menores intervalos de margem.

A margem varia durante o período que durar o contrato a termo e pode aumentar caso a ação comprada caia de preço após a contratação do termo. Quando o preço à vista da ação está evoluindo contra a posição do comprador (caindo) aumenta-se a exigência de margem e, quando a está evoluindo a favor (subindo) reduz-se a exigência de margem.

 

A margem inicial requerida será debitada da conta no dia do contrato, seja em dinheiro ou em ativos financeiros. Sempre que ocorrer redução no valor de garantias do contrato, decorrente de oscilação dos valores dos títulos depositados como margem e/ou da ação objeto do termo no mercado à vista, será necessário o reforço da garantia inicial. A margem adicional poderá ser honrada mediante o depósito de dinheiro ou demais ativos autorizados. Todas as margens de garantia depositadas em dinheiro são aplicadas no mercado aberto e seu rendimento é repassado aos investidores por suas corretoras, melhorando o resultado da operação.

Caso uma das pontas não honre suas perdas, a bolsa executará as garantias previamente depositadas pelo participante para cobrir sua inadimplência. Se as garantias tiverem valor maior do que a perda a bolsa devolverá o restante ao participante. Mas se forem insuficientes a corretora do cliente devedor será acionada. A Bolsa dispõe de um Fundo Garantidor de Liquidação formado por recursos aportados pelas corretoras, o qual poderá ser utilizado para garantir o pagamento.

“Cada direito implica em uma responsabilidade; Cada oportunidade em uma obrigação; Cada posse em um dever”.
John D. Rockefeller

Direitos e Proventos

Os direitos e proventos distribuídos às ações-objeto do contrato a termo pertencem ao comprador e serão recebidos juntamente com as ações objeto do termo na data da liquidação ou segundo normas específicas da CBLC. No caso de uma subscrição, o comprador deve manifestar sua intenção de subscrever ou de vender seu direito à subscrição até o 5º dia anterior ao prazo final estabelecido pela empresa.

Formas de Liquidação de um Contrato a Termo


• Liquidação Antecipada: O contrato realizado a termo é liquidado antes da data do seu respectivo vencimento a pedido do comprador, implicando o pagamento do preço estipulado no contrato pelo comprador.

 

• Liquidação por Diferença: O comprador do contrato a termo após o recebimento das ações em D+2 as vende no mercado à vista e utiliza o produto da venda para pagar o contrato. Neste caso a liquidação será apenas financeira, ao invés manter as ações compradas a termo, o comprador as vende no mercado à vista e paga ao vendedor o preço acordado no termo. Seu lucro, se houver, será a diferença entre o preço atual da venda no mercado à vista e o preço acordado no termo. A liquidação antecipada pode ser solicitada até o 3º dia útil anterior à data de vencimento do termo.

 

• Liquidação por Decurso de Prazo: Ocorre no vencimento do contrato com o pagamento em moeda corrente do valor integral financiado.

 

• Rolagem de Termo: Os contratos a termo não são renováveis, mas usualmente quem deseja estender o prazo de um termo se vale da “rolagem” da posição. Ao se aproximar a data de encerramento por decurso de prazo, caso o comprador não tenha os recursos necessários para pagar a compra a termo e/ou não esteja disposto a desembolsá-los, ele poderá efetuar uma “Rolagem de Termo”.

 

Ela pode ser feita até 3 dias úteis do vencimento, onde o investidor deverá vender as ações no mercado à vista, liquidar o contrato e fazer um novo termo no mesmo dia. Com isso fará uma liquidação por diferença, pagando se tiver prejuízo ou recebendo se tiver lucro. Após encerrar o termo, o comprador contrata um novo termo sob a mesma ação, pagando as taxas de financiamento prevalecentes no mercado.

Os custos operacionais e a taxa do termo são cobrados na conta do comprador em D+2, sem contar a margem de garantia que deve estar depositada antes disso. O valor acordado no termo para a compra das ações será cobrado na data de encerramento deste. Além disso, nas operações a termo a corretagem é variável, pois na maioria das corretoras ela é feita via mesa de operação, uma vez que é necessário realizar cálculos das taxas, prazos, avaliação de risco, garantias e margens. Algumas corretoras cobram corretagem fixa para o encerramento do termo.

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A liquidação (cobrança do pagamento ao comprador, assim como a transferência da titularidade das ações) ocorre no dia do vencimento do contrato. Além da corretagem são cobrados em D+2:

• Emolumentos da B3 – 0,019% cobrados sobre o volume financeiro.
• Taxa de Registro da B3 –  0,012% sobre o valor financeiro cobrado de cada uma das partes.
• Taxa de Liquidação CBLC – 0,006% sobre o volume financeiro, cobrado de cada uma das partes.
• Taxa de Registro da CBLC –  0,028% sobre o valor financeiro cobrado de cada uma das partes.

 

É possível perceber que uma compra a termo mesmo apesar dos maiores custos com corretagem variável, ainda assim é muito mais econômica para o investidor do que utilizar a praticidade da conta margem, cujos juros variam entre 3 e 4% ao mês. Sem contar que o termo possibilita uma alavancagem muito superior aos 100% de margem que o investidor consegue através da conta margem, dado que a margem do termo é em média 20% do valor negociado. Dependo da sua relação com a corretora o investidor pode ainda negociar descontos nas corretagens pela mesa de operações, bem como a disponibilização de margens maiores.

 
“Para chegar ao sucesso você deve procurar novos caminhos ao invés de se acomodar numa situação aceitável”.
John D. Rockfeller
Estratégias de Investimento no Mercado a Termo
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No mercado a termo é possível implementar diferentes estratégias de acordo com o perfil do investidor, desde operações conservadoras, como um financiamento ou uma venda futura, até especulativas, como a alavancagem de ganhos ou realização de caixa. Dentre as principais estratégias do vendedor a termo estão:

• Financiamento: Nesta operação o interesse do investidor é receber a taxa de juros do termo. Consiste em comprar a ação no mercado à vista e imediatamente vendê-la a termo. O investidor irá receber no vencimento do termo, ou mesmo, antecipadamente caso o comprador o encerre antes do prazo, a diferença entre o preço à vista e o preço a termo, ou seja, os juros da operação.

É uma estratégia de baixíssimo risco, pois o financiador do termo sempre receberá o valor acordado na venda. Em razão dos altos custos com corretagem essa operação muitas vezes só é viável para investidores institucionais. Entretanto, existem corretoras que cobram taxa de corretagem fixa para os vendedores a termo, o que viabiliza esse tipo de estratégia para o investidor pessoa física.

 

• Aumentar a receita de uma venda de ações: Um investidor que decide vender suas ações, mas que não pretende utilizar esse capital imediatamente, pode vendê-las a termo e receber seu valor acrescido de juros numa data futura, aumentando assim o retorno do seu investimento.

Do lado do comprador, o mercado a termo possibilita algumas vantagens, principalmente para aqueles de perfis mais agressivos que utilizam compras a termo como estratégias especulativas. Normalmente são as corretoras e os bancos que são os financiadores das compras a termo, ou seja, estas instituições compram a ação no mercado à vista e a vendem a termo para o investidor em troca do juro.

"Eu gostaria de viver como um homem pobre cheio de dinheiro".
Pablo Picasso

• Alavancar possíveis ganhos: Em razão das compras a termo serem feitas em margem, será requerido do comprador como garantia para a realização da operação algo em torno de 20% do valor da compra a termo. Assim, o mercado a termo possibilita ao comprador que controle um volume de recursos superior ao que sua disponibilidade financeira lhe permite. E caso o preço da ação se valorize, a alavancagem lhe proporcionará um retorno muito maior em relação a uma compra à vista.

 

Por exemplo, um investidor que possui um capital de R$ 36.000,00 e acredita na valorização da ação VALE5, negociada em 17/08 no mercado à vista a R$ 35,70, poderia comprar 1000 ações à vista ou depositar essa quantia como margem de garantia e comprar uma quantidade muito maior a termo. Supondo que a margem requerida seja de 20% e a taxa do termo de 30 dias para a VALE5 seja de 0,75%, o investidor poderia comprar a termo 5000 VALE5 a R$ 35,97 utilizando o mesmo montante de capital como margem. Caso após 15 dias ocorra uma valorização de 5% no valor da ação, tendo feito a compra no mercado à vista, seu lucro seria de R$ 1785,00 (1000 x R$ 1,785).

Mas caso tenha tomado vantagem da alavancagem da compra a termo e após 15 dias vendesse as 5000 VALE5 no mercado a vista e solicitasse o encerramento do termo, seu lucro seria de R$ 7575,00 (5000 x R$ 1,515). Em ambos os exemplos estão sendo ignorados os custos com emolumentos, entretanto, quando descontado da operação a termo o custo da corretagem variável da compra (0,5% ou R$ 900,00), o lucro líquido da operação seria de R$ 6675,00.

Porém, caso a ação VALE5 após 15 dias se desvalorizasse 5%, o prejuízo da compra à vista de 1000 ações seria de R$ 1785,00. Mas no caso da compra alavancada no termo o prejuízo seria de R$ 10300,00 (5000 x R$ 2,06) mais R$ 900,00 da taxa de corretagem, totalizando uma perda de R$ 11.200,00, ou seja, um prejuízo de 31,11% sobre seu capital de R$ 36.000,00.

 
“Ao combinar ignorância com alavancagem, se obtém resultados bem “interessantes”.
Warren Buffett

• Diversificar Riscos: No exemplo citado se ao invés de possuir o dinheiro o investidor possuísse uma carteira de 1000 BBDC4 no valor de R$ 36.000,00, ela poderia ser utilizada como margem de garantia para a compra a termo das 5000 VALE5. Assim, para realizar uma compra a termo não haveria necessidade de se desfazer de sua carteira. Utilizando-a como margem de garantia o investidor estaria tomando um empréstimo no mercado para comprar ações e pagar por elas numa data futura.

 

Situação em que poderia aproveitar a valorização de ambas as posições, caso  isso ocorresse. E mesmo uma eventual perda com uma ação poderia ser compensada com o ganho da outra. Vale ressaltar que é comum que haja um deságio no valor das ações aceitas como margem para termo pelas corretoras.

Por se tratar de uma operação financeira de alavancagem, investidores que efetuam operações a termo estão sujeitos ao risco de perdas potenciais superiores às garantias depositadas (risco de patrimônio líquido negativo). Ficando responsáveis por novos aportes de capital para a manutenção das garantias ou para o cumprimento das obrigações.

 

Logo, ao alavancar uma compra, assim como o lucro potencial nos casos em que a operação der certo, o investidor também estará alavancando sua perda potencial nos casos em que a operação der errado, aumentando assim o seu risco.

O risco do comprador alavancado a termo pode ser gerenciado através do hedge da posição. Conforme dito anteriormente, o hedge é a operação realizada no mercado futuro que visa fixar antecipadamente o preço de uma mercadoria ou ativo financeiro de forma a neutralizar o impacto de mudanças no nível de preços do mercado à vista. 

Uma maneira de proteger uma compra a termo desse risco é comprar opções de venda  com preço de exercício próximo ao preço pago a termo pela ação. Caso o preço dessa ação se desvalorize, o investidor ao exercer suas opções de venda poderá vender essas ações por um preço próximo ao preço acordado na compra a termo.

No exemplo, para fazer o hedge de sua posição comprada a termo em VALE5 a R$ 35,97, o investidor teria que comprar 5000 VALEU36. Essa opção de venda lhe dará o direito de vender a ação VALE5 por R$ 36,00 até o seu vencimento e seu valor de mercado é de R$ 0,70. Esse será o seu seguro contra perdas, cuja apólice lhe custará R$ 3500,00. No caso de uma alta de 5% no preço da ação, o valor pago por essas opções de venda será perdido, pois seu prêmio (valor de mercado) se desvalorizará quase que integralmente. Logo, o valor pago pelas PUTs deverá ser descontado do lucro, que ficaria em R$ 3175,00 (R$ 6675,00 – R$ 3500,00).

Entretanto, caso ocorresse uma desvalorização de 5% no preço da VALE5, o investidor poderia exercer suas PUTs e vender 5000 VALE5 a R$ 36,00. Seu prejuízo ficaria limitado ao valor pago pelas opções de venda acrescido dos custos da operação, ou seja, R$ 4400,00 (R$ 3500,00 + R$ 900,00). Um resultado, ainda que negativo, melhor do que o prejuízo de R$11.200,00 que teria caso não tivesse feito o hedge.

“As Bolsas de Valores, como os aviões, são 100% seguras: todo avião que sobe desce”.
Joelmir Beting

• Operação de Caixa: Esta estratégia atende a uma imediata necessidade de recursos por parte do investidor para uma aplicação de curto prazo. Caso possua uma carteira de ações e necessite de dinheiro imediato, ele pode vendê-las no mercado à vista e utilizar a maior parte da receita da venda para um investimento de curto prazo. A menor parte da receita será utilizada para comprar as mesmas ações a termo.

Assim, o investidor poderá atender às suas necessidades de curto prazo e quando essas aplicações forem liquidadas poderá encerrar o termo e comprar de volta suas ações por um preço próximo ao que estavam quando as vendeu somado aos juros do termo.

Em suma, a alternativa de vender as ações à vista para sua imediata compra a termo permite ao investidor fazer caixa e ao mesmo tempo manter sua participação na empresa. O custo dessa operação são os juros do termo cobrado de acordo com o prazo.

 

• Proteger Preços: Nessa estratégia o investidor utiliza o mercado a termo para fixar o preço de uma determinada ação que acredita que poderá se valorizar (hedge). Caso não possua de imediato a totalidade dos recursos que pretende investir na ação, o investidor pode comprá-la a termo de acordo com o prazo que levará até receber os recursos, quando então poderá encerrar o termo e efetuar a compra das ações pelo preço estabelecido.

Isso possibilita que o investidor não perca uma possível valorização do preço de uma ação em razão de estar momentaneamente descapitalizado, pois para uma compra a termo, lhe será requisitado como margem apenas cerca de 20% do valor que pretende comprar numa data futura, o que inclui o custo do juro.

Entretanto, caso o preço da ação se desvalorize após a haver comprado a termo, o investidor terá prejuízo, pois terá que pagar no vencimento do termo um preço mais alto do que está sendo praticado no mercado à vista. Situação em que pode ser obrigado a encerrar o termo antes do seu prazo de vencimento, de forma a evitar maiores prejuízos.

 
“O que eu temo não é a estratégia do inimigo, mas os nossos próprios erros”.
Péricles
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